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Online é o principal aliado do imobiliário em 2021

20 de janeiro de 2021

A pandemia da Covid-19 veio mostrar definitivamente que as ferramentas digitais são o futuro, até nos negócios. O imobiliário teve de aderir em força e em massa. Se em 2020 foi determinante para o sector, em 2021 vai ser o seu braço direito.

Segundo o mais recente estudo da consultora Imovendo, em 2020 o tráfego dos principais portais imobiliário cresceu 22,8%. Apesar disso, a empresa indica que as principais redes imobiliárias viram o tráfego das suas páginas caír mais de 4,1%, o que demonstra, "não apenas que estas tiveram mais dificuldade em adaptar os seus modelos de negócio tradicionais a uma nova realidade mais digital e menos presencial, como a maioria delas não adoptou o primado tecnológico como factor alavancador de negócios".

A Imovendo acrescenta que a adopção do canal online como principal montra imobiliária é uma tendência que tem vindo a a ganhar peso nos últimos 20 anos, e 2020, assumiu-se como o momento de consolidação definitiva deste espaço, seja pela necessidade de promover a comercialização dos imóveis num contexto de distânciamento e confinamento social, seja pelo aparecimento de proptechs que ancoradas na tecnologia asseguram uma maior eficiência e transparência a todo o mercado.

A consultora indica ainda que a procura imobiliária online cresceu cerca de 11 pontos se compararmos apenas o mês de Dezembro, recuperando fortemente da contracção verificada no primeiro confinamento.

A Imovendo faz referência ainda ao que marcou o ano de 2020 e o que se espera para este ano.

No crédito à habitação, refere que num ano marcado por uma profunda crise económica, susceptível de ser observada por uma queda no PIB de 16,4% no segundo trimestre (a maior queda de, pelo menos, os últimos 25 anos) e por um aumento do desemprego para níveis do quarto trimestre de 2017 (situando acima dos 7,5%), "não deixa de ser surpreendente que o dinamismo evidenciado pelo crédito à habitação seja contra-cíclico, crescendo mais de 6,3% nos primeiros 10 meses de 2020, em termos homólogos, e assegurando, mesmo nos meses do primeiro confinamento, um fluxo de novos financiamentos superior a 830 milhões de euros. O ano de 2021 deverá continuar a assistir a um comportamento expansionista das entidades financeiras, sobretudo a partir do segundo trimestre, altura em que a recuperação económica dará os primeiros sinais e as moratórias existentes deixarão de ser mantidas e tornar-seá expectável um maior fluxo de imóveis e transacções no mercado".

Quanto às tendências que marcaram o ano passado e o que deve manter-se neste a consultora destaca o mercado turístico nacional, que em 2020 pode resumir-se ao primeiro trimestre do ano (pré declaração de pandemia) e, em menor grau, a um Verão minimalista, sobretudo alimentado pela procura nacional, com menor poder de compra e com restrições ao usufruto de determinados espaços, em particular de vida noturna e de restauração. "É neste o contexto que se percebe a queda de 53,9% face a 2019, e de 73,9% face a 2018, no número de novos registos de Alojamento Local emitidos pelo Turismo de Portugal e os respectivos impactos no mercado imobiliário, uma vez que parte significativa desta oferta resultava da aposta de pequenos investidores, que adquiriam imóveis, para os rentabilizar por este canal. Os próximos 12 meses dificilmente permitirão uma inflexão desta tendência, o que contribuirá também para uma descompressão da procura imobiliária e consequente necessidade de ajustamento dos asking prices".

Relativamente ao mercado residencial, o estudo indica que o período de confinamento entre Março e Abril marcou uma profunda mudança nos padrões de procura imobiliária que, muito provavelmente, se manterão em 2021:

- A procura por moradias cresceu de forma significativa, encontrando-se hoje a níveis cerca de 50% superiores aos que se registavam há apenas um ano. 

- Apesar de se ter registado uma recuperação efectiva na procura de apartamentos, sobretudo no segundo e terceiro trimestres de 2020, um dos atributos que passou a ser mais valorizado neste tipo de produto foi a existência de logradouros ou espaços exteriores, bem como se tornou evidente uma maior atenção à área útil dos imóveis, facto que resulta de uma casa hoje ser bem mais do que apenas um dormitório.