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Lisboa: Chiado é a 33ª localização mais cara do mundo

14 de novembro de 2018

No ranking mundial, a localização de comércio mais cara de Portugal fica no Chiado em Lisboa que manteve a sua posição face a 2017, ocupando o 33º lugar. A renda prime na Rua Garret, eixo de referência no Chiado, tem vindo a registar uma valorização muito significativa desde 2013, ano em que o comércio de rua em Portugal começou um percurso de forte crescimento; desde esse ano a renda prime nesta localização valorizou 44%. A renda na Rua Garret situa-se nos 1.560 euros/m² /ano, valor cinco vezes superior ao registado há 30 anos na zona mais cara de Lisboa.

A informação é avançada na 30ª edição do estudo Main Streets Across the World que monitoriza e ordena 446 localizações de retalho em todo o mundo, da consultora Cushman & Wakefield, que revela O ranking  baseado no valor de renda anual mais elevado em cada país analisado, não incluindo custos de condomínio, impostos locais e outras despesas de ocupação.

Hong Kong ultrapassou novamente Nova Iorque como localização de retalho mais cara do mundo, justificado pela queda abrupta dos valores de renda na cidade norte-americana. As rendas na 5ª Avenida desceram dos 28.262 euros anuais por metro quadrado para os 20.733, enquanto que em Hong Kong o valor anual de renda por metro quadrado está nos 24.606 euros.

Na Europa o primeiro lugar, terceiro do ranking global, é ocupado pela New Bond Street em Londres com rendas de cerca de 16.000 euros anuais por metro quadrado, seguida pelos Campos Elísios em Paris em quarto lugar com rendas anuais de 13.992 euros e a Via Montenapoleone em Milão alcançando os 13.500 euros.

Quanto a Portugal, Marta Esteves Costa, Associate e directora do departamento de research & consultoria da Cushman & Wakefield, revela que "a estabilidade de Lisboa no ranking é explicada pelo crescimento do formato de comércio de rua globalmente, fruto de um também aumento do turismo à escala mundial. Ainda assim, as ruas de Lisboa, e também do Porto, mantém-se extremamente atractivas e dinâmicas, revelando a sustentabilidade deste formato de comércio no nosso país, cada vez mais direccionado não só para o turismo, mas também para os residentes. Em Lisboa, ao longo de 2018, assistimos ao alargamento da atractividade do comércio de rua às zonas não prime, mas cada vez mais apelativas; exemplo deste fenómeno são as Avenidas Novas, que beneficiam do aumento da sua população residente por via do crescimento da oferta de produto residencial, ou o eixo Santos/Cais do Sodré, fruto do crescente fluxo de turistas na cidade”.

Os valores nas restantes zonas de Lisboa e também na cidade do Porto retratam um mercado em crescimento, registando uma evolução positiva desde 2013. Em Lisboa, a renda prime na Avenida da Liberdade situa-se nos 1.140 euros/m²/ano e a Baixa ultrapassou, pela primeira vez, os valores praticados na Avenida da Liberdade: actualmente nos 1.260 euros/m²/ano e retratando um aumento nos últimos nove meses de 20%. No Porto os valores são inferiores, mas revelam crescimentos equivalentes: no 3º trimestre de 2017 a renda na Rua de Sta. Catarina cifrava-se nos 900 euros/m²/ano, com um aumento mais de 15% face a 2017.

A análise do Índice de procura de retalho da Cushman & Wakefield revela nos primeiros nove meses do ano mais de 250 novas operações de arrendamento nas cidades de Lisboa e Porto, ultrapassando os 53.000 m2 de área ocupada. Lisboa continua a liderar a procura, tendo sido responsável por 71% dos espaços transaccionados, ainda assim o Porto tem vindo a ganhar representatividade.

De recordar que na primeira edição do estudo Main Steets Across the World em 1988, a localização mais cara do mundo era a rua 57 em Nova Iorque com rendas de 4.071 euros/ano/m2. Já em Portugal a localização de comércio mais cara no mesmo ano era a Avenida da Liberdade com rendas de 312 euros/ano/m2.