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Investimento em imobiliário deve atingir os três mil milhões de euros em 2021

11 de fevereiro de 2021

A CBRE antecipa um volume de investimento de três mil milhões de euros em imobiliário em 2021. Francisco Horta e Costa, diretor-geral da consultora em Portugal, admite que apesar do impacto da pandemia, o interesse pelo mercado português permanece elevado.

As previsões foram avançadas hoje durante o evento digital The Next Normal: Reset to Change, e na sequência de um estudo desenvolvido pelo departamento de Research da consultora, que projecta as expectativas do mercado nas áreas de investimento, escritórios, retalho, logística, turismo e habitação.

“Apesar do impacto da pandemia, o interesse pelo mercado imobiliário permanece elevado, em função de um contexto de taxas de juro baixas e de elevada liquidez financeira a nível global. Portugal continua a evidenciar fortes fundamentos imobiliários, nomeadamente um mercado ocupacional interessante e uma ainda reduzida disponibilidade de produto, estando bem posicionado para uma rápida retoma assim que os países começarem a sair desta crise sanitária”, explica Francisco Horta e Costa.

“Quando em Janeiro do ano passado a CBRE apresentou as tendências do mercado para 2020 tudo indicava que o sector iria manter a trajectória de crescimento dos últimos anos, mas a pandemia veio interromper este ciclo. As nossas expectativas para 2021 pressupõem um controlo do vírus ao longo do ano, com a implementação de um plano de vacinação eficaz, mas estão ainda sujeitas a um elevado grau de incerteza relativamente à velocidade de recuperação da economia e ao poder de compra dos consumidores”, refere Cristina Arouca, Diretora de Research da CBRE Portugal.

O estudo elaborado pela CBRE destaca ainda seis tendências globais para este ano: contexto de incerteza permanente; setores com recuperação a velocidades distintas; aumento da utilização de tecnologia e digitalização; saúde, bem-estar e sustentabilidade no topo das prioridades; produtos e conceitos cada vez mais híbridos; alteração significativa no lifestyle dos trabalhadores e surgimento de novas formas de trabalhar.

A economia portuguesa evidenciou, em 2020, uma quebra nunca antes registada de 7,6%. Apesar das perspetivas de um início de retoma em 2021, um novo confinamento geral nos primeiros meses deste ano e uma elevada dependência do setor turístico deverão limitar o ritmo de crescimento. No entanto, as projeções apontam para que, no final de 2022, o PIB atinja novamente o nível verificado em 2019.

Volume de investimento pode alcançar novamente os três mil milhões de euros em 2021

A CBRE antecipa um volume de investimento novamente significativo em 2021. Por um lado, existe um pipeline em oferta robusto: no início do ano, contabilizavam-se dois mil milhões de euros de imóveis em comercialização. Por outro, Portugal está perfeitamente dentro do radar da comunidade internacional de investimento e, a nível nacional, prevêem-se evoluções muito positivas na capacidade de investimento dos players locais. O volume de investimento poderá ainda ser alavancado com a concretização de operações de Fusões & Aquisições envolvendo sociedades de investimento imobiliário.

Após registar o terceiro maior valor de investimento de sempre em 2020, há expectativas de que o mercado alcance novamente o patamar dos três mil milhões de euros de volume de investimento imobiliário em 2021.

Do lado do financiamento, o interesse das instituições financeiras manter-se-á em sectores como o residencial, o da logística e o do retalho alimentar, e em operações de rendimento em que os inquilinos apresentem elevada qualidade de crédito.

No que diz respeito a transacções de imóveis para promoção, deverá manter-se o interesse dos investidores, nomeadamente em terrenos para habitação, com uma maior dispersão geográfica para diversos concelhos da área metropolitana de Lisboa e do Porto, assim como em zonas turísticas como o Algarve ou a costa litoral alentejana. Por sua vez, o interesse em imóveis para reabilitação deverá igualmente manter-se embora a uma escala menor do que a verificada nos últimos anos.

No mesmo sentido, os denominados sectores alternativos como Residências de Estudantes, Co-working ou Activos de Saúde, os quais tipicamente oferecem rentabilidades superiores ou perfis de risco mais conservadores, devem registar um aumento em termos de investimento.

As taxas de rentabilidade deverão permanecer estáveis na maioria dos activos imobiliários prime. Exceção para as yields de ativos de logística e de supermercados que deverão manter a trajectória de compressão já evidenciada em 2020. Também nos escritórios é possível ver uma subida de preço em activos core.