Restauro da Catedral de Notre Dame irá prolongar-se por mais de 5 anos
Após muita polémica sobre os planos de reconstrução da histórica catedral de Paris, devastada por um fogo em Abril do ano passado, e de muitos obras de consolidação e segurança do monumento, os trabalhos de restauro vão arrancar ainda este ano. O presidente francês Emmanuel Macron queria ver a obra concluída em 2024, a tempo das Olimpíadas de Paris, mas o general Jean-Louis Georgelin, encarregado por Macron para supervisionar os trabalhos deu como certo, recentemente, em declarações perante a Comissão de Cultura do Senado francês, que, no mínimo, as obras deverão prolongar-se por cinco ou mais anos. “Não faremos nada para, custe o que custar, terminar em cinco anos, não trabalharemos de maneira desleixada. Não. Sabemos que estamos a trabalhar para séculos ”, sublinhou.
Quanto custará o restauro?
O presidente Emmanuel Macron acabou também com as especulações sobre se o restauro deveria ser conservador, repondo a Catedral tal como era antes do incêndio, ou se se iria permitir um projecto mais contemporâneo. A Catedral vai conservar todos os elementos que a caracterizavam tal como a conhecemos, inclusive o famoso pináculo ou «flecha» que ruiu completamente com as chamas e que era da autoria do arquitecto francês Eugène Viollet-le-Duc (1814-1879), responsável pelo restauro do monumento no século XIX e cuja construção inicial remonta aos séculos XII a XIV.
A torre ‘agulha’ ou ´flecha’, desenhada por Eugène Viollet-le-Duc, com 93 metros de altura, foi acrescentada à catedral ancestral em 1859, sendo agora de novo construída como parte da reconstrução.
Reconstrução cujo montante não foi até agora dado como definitivo e está dependente de muitas condicionantes. Sabe-se porém que até agora os trabalhos de consolidação da estrutura custaram 85 milhões de euros e que o volume de donativos prometidos ascendem já a cerca de mil milhões de euros. Só as três maiores fortunas de França - a famílias Arnault (do Grupo Louis Vuitton, Moët Hennessy) Bettencourt (do Grupo L’Oreal) e Pinault (proprietária do grupo de luxo Kering) prometeram conceder um total de 500 milhões de euros, a que se junta um outro grande dador, o Grupo Total, com mais 100 milhões de euros destinados à reconstrução da Notre-Dame.
O valor final do projecto de restauração continua, porém, a ser uma incógnita.
