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Internacional

 

Como o Covid-19 está a mudar o mercado imobiliário residencial global

16 de junho de 2020

A pandemia do Covid-19 veio mudar o mundo e o mercado residencial. A Savills revela num estudo que se verifica uma quebra das vendas e que os compradores esperam uma descida nos preços para investir.

O estudo de opinião do mercado residencial da consultora foi levado a cabo para sentir o pulsar do mercado imobiliário residencial em todo o mundo, com base numa investigação interna de 50 especialistas em toda a rede residencial global da Savills.

Os resultados mostram que 90% dos entrevistados afirmaram que 30% ou menos dos seus compradores deixaram de procurar. Apenas 6% dos vendedores estão a considerar ou já retiraram as suas propriedades do mercado. 30% dos mercados relatam alterações legais para facilitar os negócios. E é provável que os compradores dêem prioridade ao home office, Wi-Fi e espaços verdes em propriedades futuras.

“De todos os entrevistados, 47% avançam que os vendedores pretendem manter as suas propriedades no mercado aos preços actuais, embora 48% antecipem algum nível de redução de preços. No geral, poucos vendedores estão a sair do mercado e a maioria dos compradores ainda procura propriedades, criando muitas oportunidades de negócio após o fim do confinamento” comenta Sophie Chick, directora da Savills World Research.

Opinião actual do Mercado

Quando questionados acerca da proporção de compradores que ainda procuram e que irão viajar assim que o confinamento for suspenso, em comparação com aqueles que suspenderam os seus planos por enquanto, houve uma distribuição bastante uniforme para ambos. Alguns mercados perceberam que mais compradores suspenderam os seus planos por algum tempo. Outros ainda estão à procura e viajarão assim que o confinamento for suspenso, como a maioria dos compradores no sudoeste de França, onde há uma proporção significativa de propriedades rurais.

Uma tendência clara é que, se os compradores estão a planear procurar imediatamente a seguir ao final do confinamento ou fazer uma pausa breve, pouquíssimos compradores estão a parar a sua procura por completo. Mais de 90% dos entrevistados afirmaram que 30% ou menos dos compradores deixaram totalmente de procurar.

A maioria dos entrevistados afirmou que uma grande parte dos seus compradores espera obter um preço mais baixo do que antes do confinamento. Isso é particularmente notável em países como a Espanha, que tiveram restrições severas e onde há mais stock disponível. Há poucas excepções; em alguns hotspots de segunda residência de luxo, incluindo a Riviera Francesa, muito poucos compradores esperam um preço mais baixo.

O estudo indica ainda que além de haver pouquíssimos compradores a sair do mercado em geral, o estudo destacou que apenas 6% dos entrevistados têm visto vendedores a considerar retirar uma propriedade do mercado, ou que até já o fizeram. Os demais vendedores estão, de um modo geral, divididos em duas categorias: aqueles que têm ou estão a considerar baixar os preços, e aqueles que mantêm as suas propriedades no mercado pelo mesmo preço.

Impacto do Covid-19 a longo prazo

Procura do Comprador - Um aumento do trabalho remoto após a Covid-19, esperado por 86% dos entrevistados, terá provavelmente um impacto directo no mercado residencial, à medida que os compradores mudam as suas prioridades. Três quartos dos entrevistados acreditam que a procura por casas com escritório irá aumentar e 83% acreditam que um bom Wi-Fi será uma prioridade para os compradores no futuro.

Os espaços verdes, em todas as formas possíveis, também são assinalados como uma prioridade para os compradores, com 73% dos entrevistados a concordar que a procura por espaços verdes irá aumentar para os compradores urbanos. Outros 61% dos entrevistados acreditam que a procura nas áreas rurais irá aumentar. Estas aspirações de design e localização são factores que os promotores em todo o mundo deverão ter em consideração ao projectar as casas do futuro.

Práticas Comerciais - Embora o estudo demonstre que a maioria dos compradores e vendedores ainda desejem negociar, os vários bloqueios e o distanciamento social tornaram os negócios, tal como os conhecíamos, mais difíceis. A tecnologia aprimorou a comunicação à distância, já que três quartos dos entrevistados estão a recorrer às videoconferências, e metade está a fazer visitas através de vídeos.

Foram relatadas alterações aos sistemas legais dos países por 30% dos entrevistados. Por exemplo, a introdução do AAE (Ato Autêntico Electrónico) em França, aumentou a flexibilidade dos notários, que tem agora o mesmo poder probatório de um documento em papel (artigo 1366 do Código Civil Francês), mas através de documentos electrónicos. Também assistimos a alguns compradores a recorrerem a uma procuração local, para manter transacções em andamento.

Pode consultar o estudo AQUI