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Estabilidade é absolutamente essencial para a atracção de investimento estrangeiro

18 de outubro de 2019

O alerta partiu de António Ramalho, presidente do Novo Banco, referindo a necessidade de termos um regime fiscal competitivo e estável para o país continuar a ser atractivo para o investimento estrangeiro.

Este alerta surgiu durante a conferência ‘Brexit: que impacto no Turismo Residencial?’, que decorreu na Feira Internacional de Lisboa – FIL, no âmbito do Salão Imobiliário de Portugal – SIL 2019. António Ramalho salientou que “a estabilidade é absolutamente essencial para a atracção do investimento”.

Sobre o impacto do Brexit no turismo residencial, António Ramalho avançou que o Reino Unido é muito mais agressivo na captação de investimento de residentes ricos, muito mais agressivo que Portugal na venda de produtos como o Visto Gold, negoceia ‘à la carte’ e Portugal não tem ainda os mesmos instrumentos ao nível dos residentes. O responsável adiantou que os regimes de incentivo e que trazem investimento, criando directa e indirectamente muitos postos de trabalho, deviam alargar-se também às empresas.

Também presente na conferência, João Fernandes, Presidente da Região de Turismo do Algarve, adiantou que Portugal está preparado para o Brexit. Lembrou que o nosso país foi o primeiro a aplicar um plano de contingência com um conjunto de medidas, de forma unilateral e que foi entendido pelo britânicos, seja para quem vive no nosso país, como no seu país. “Todas as medidas foram cumpridas. O facto de termos sido os primeiros foi uma vantagem. O Turismo do Algarve e de Portugal têm feito um reforço das ligações aéreas, nomeadamente na região do Algarve com ligações a 25 aeroportos do Reino Unido, asseguradas por mais de 10 companhias”, esclareceu.

João Fernandes indicou ainda que vão continuar a reforçar a promoção do destino do Algarve. “Temos sempre antecipado as expectativas menos positivas. Não podemos fazer futurologia mas devemos continuar a reforçar a capacidade das nossas escolas internacionais. Não esquecendo também que foi reforçado o Portugal Health Passaport e isto são sinais positivos”.

Bernardo Trindade, Presidente do Comité Executivo do Portugal In, realçou igualmente o alargamento na relação com o Reino Unido. O responsável destacou dois aspectos neste processo. “Existem áreas que têm responsabilidades público-privadas que são absolutamente essenciais continuar a apresentar propostas, de forma a assegurar  questões fundamentais como a saúde e a educação”, admitiu. Também para este responsável é uma prioridade a estabilidade fiscal, no entanto assegurou que Portugal está a cumprir, o que permite olhar a médio e longo prazo com optimismo.

Preparar para alguma incerteza

Apesar do sentimento positivo transmitido pelos intervenientes neste painel de oradores, Rui Meneses Ferreira, Presidente da Associação Portuguesa de Resorts - APR, recomendou que temos de nos preparar para alguma incerteza. O responsável lembrou, que já se verificou alguma retracção de compradores ingleses de casas na região do Algarve, sobretudo no eixo Albufeira –Loulé, com uma redução de 50%. “No entanto, hoje os preços estão 10% acima de quando o Brexit foi lançado. Isto significa que devemos estar optimistas. Não nos devemos apenas limitar à competitividade da moeda”. Rui Meneses Ferreira, concordou com António Ramalho, “a nossa competitividade passa também pelo planeamento urbanístico e turístico que nos permite ir ao encontro dos interesses da comunidade britânica”.

O presidente da APR, referiu também que existe a necessidade de investir em medidas estruturais como por exemplo, “uma questão transversal ao turismo residencial, que é a falta de mão de obra qualificada”.

Um tema também referenciado por Reinaldo Teixeira, Vice presidente da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, que reforçou a necessidade de criar condições para que se contrate mão de obra estrangeira, porque a falta de profissionais está a condicionar o desenvolvimento e crescimento do sector.

Reinaldo Teixeira acrescentou ainda que apesar de algum receio do futuro, existe espaço para crescer no imobiliário no segmento médio e médio alto mas com qualidade. “É necessário continuar a criar medidas, como tem feito o Turismo do Algarve de de Portugal, para acarinhar e incentivar para que os britânicos continuem a visitar e a investir no Algarve”. O responsável assegurou que o nosso país será sempre acolhedor e muito atractivo para o investimento.

A conferência ‘Brexit: que impacto no Turismo Residencial?’, decorreu na Feira Internacional de Lisboa (FIL) - no âmbito do Salão Imobiliário de Portugal – SIL 2019, que ocorreu entre os dias 10 e 13 de Outubro, organizado pela Fundação AIP -, e teve como objectivo analisar como o Brexit poderá afectar o Turismo Residencial, que impacto e como continuar a atrair os Investidores Internacionais. Foi organizada pelo SIL e contou com o apoio da APR – Associação Portuguesa de Resorts, da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária Portuguesa e do Expresso.