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Vacancy Rate do mercado de escritórios europeus estabiliza nos 7.2%

30 de junho de 2022

De acordo com o último estudo da Savills, a taxa média de vacancy rate do mercado de escritórios europeu estabilizou nos 7.2%, não tendo registado variações desde o 3º trimestre de 2021. A taxa média de vacancy rate dos últimos dez anos é de 7,8%.

Como resultado da estabilização das vacancy rates do Central Business District (CBD), os consultores imobiliários internacionais registam agora nova compressão nos incentivos contratuais de arrendamento, que passaram dos 11.1% de média total do valor de renda contratada no 4º trimestre de 2020 para 10.5% no 1ºtrimestre de 2022. Por exemplo, em Varsóvia, os períodos de carência decresceram 10 pontos base, devido à resiliência da procura. Já em Berlim e Paris-CBD existem poucos espaços disponíveis com vacancy rates de 2,7% e 2,9%, respectivamente.

Georgia Ferris, European Research Analyst na Savills, salienta: “olhando para o futuro, esperamos que o arrendamento de escritórios prime aumente, com indexação de arrendamento contribuindo para a pressão crescente. O aumento dos custos de construção está a suportar os valores de arrendamento para stock em desenvolvimento, à medida que os ocupantes exigem espaços de maior qualidade’’.

Matthew Fitzgerald, Director, Cross Border Tenant Advisory EMEA na Savills, diz: “À medida que chegamos ao fim do 1º trimestre, sem restrições em algumas cidades, a procura por espaços de alta qualidade, em localizações prime com as melhores amenities, é alta’’.

De acordo com a Savills, cada vez mais ocupantes, estão a considerar opções de espaços flexíveis, juntamente com os convencionais espaços de escritórios. Já não são apenas as empresas de tecnologia, mas também, as empresas de serviços financeiros e profissionais que estão a aumentar a sua pegada de escritórios flexíveis, de modo a atraírem os seus talentos de volta ao espaço de trabalho e proporcionarem flexibilidade no seu portefólio de escritórios já existente.

“Previsivelmente, a sustentabilidade está a tornar-se rapidamente no tema-chave em torno da procura de escritórios, em 2022. Os Ocupantes estão a competir para encontrarem o melhor espaço, isto inclui ter elevadas credenciais ambientais, como resultado de declarações corporativas e procura de talento”, acrescenta Fitzgerald.

No mercado de escritórios de Lisboa, a taxa de disponibilidade actual no final do 1º trimestre de 2022 situou-se nos 8,71%, o que compara com 7,04% verificados no período homologo de 2021 e 5,96% no 1º trimestre de 2019. As variações registadas nos últimos trimestres são justificadas pela entrada de novos projetos no mercado e pela libertação de algum stock. Até ao final do 1º trimestre de 2022, 57% da nova oferta prevista entrar no mercado até ao final do ano já estava pré-arrendada.

De acordo com Frederico Leitão de Sousa, Head of Corporate Solutions da Savils Portugal, “o Mercado Português não foge às tendências registadas na Europa. Mas é importante sublinhar alguns pontos. Com a atual vacancy rate fortemente inflacionada pelos 16,25% do Corredor Oeste, percebemos que metade dos edifícios disponíveis não podem ser considerados pelas empresas por falta de qualidade, pelo que a verdadeira vacancy rate é ainda mais baixa suportando a pressão de subida dos preços por m2. Também o fator flexibilidade deverá ser tido em conta. Desde a pandemia que tem sido um requisito das empresas, muito focado na duração dos contratos, mas neste momento pela guerra da Ucrânia e o consequente aumento do custo de matérias-primas – o que está intrinsecamente ligado aos fit out dos Tenants, cada vez mais as empresas procuram espaços ‘ready to occupy’. Quanto à carência de renda não se tem registado grandes alterações, apesar de neste momento haver menos flexibilidade por parte dos proprietários devido à pouca oferta existente”.