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Maio acusa impacto da pandemia nos escritórios em Lisboa mas melhor do que 2019

18 de junho de 2020

Apesar da ocupação ter descido no mês de Maio a take up anual continua em alta. Mesmo integrando cerca de três meses do confinamento, a actividade acumulada de Janeiro a Maio mantém-se acima do ano anterior.

De acordo com o Office Flashpoint da JLL, Lisboa e Porto registam actividade anual cerca de 10% acima de 2019.

O relatório da consultora indica que a ocupação de escritórios em Lisboa atingiu 5.271 m2 em Maio, num decréscimo mensal de 82% e homólogo de 70%. Este é, assim, o primeiro mês com um impacto visível na absorção de escritórios na capital desde o início da pandemia. De tal forma que, mesmo integrando cerca de três meses com efeito do confinamento, a actividade acumulada do mercado de Lisboa em 2020 (Janeiro a Maio) mantém-se 11% acima do ano anterior, atingindo os 78.961 m2.

O mesmo acontece no Porto, onde a absorção acumulada do ano fica 10% acima de 2019, num total de 22.547 m2 tomados, ainda que este mercado, ao contrário do de Lisboa, tenha vindo a registar níveis baixos de actividade desde o princípio da pandemia. Em maio, a ocupação de escritórios na Invicta atingiu os 1.834 m2, evidenciando uma queda de 68% em termos homólogos, mas exibindo crescimento de 17% face ao mês anterior.

"Esta travagem mais vincada da actividade em maio era expectável. A dinâmica de ocupação só não se ressentiu mais cedo porque nos dois meses anteriores já sob efeito do confinamento ainda se notou o impacto de operações que estavam a ser negociados antes desta circunstância. Obviamente que numa situação em que toda a economia e as empresas foram obrigadas ao confinamento, o mercado não sai imune. Contudo, é preciso relembrar que se trata de uma situação temporária, pois os fundamentais da procura continuam a existir, inclusive em termos de captação de empresas estrangeiras, quer em Lisboa quer no Porto", salienta Mariana Rosa, Head of Office & Logistics Agency & Transaction Manager da JLL. 

No mês em análise, o mercado de Lisboa contabilizou 11 operações, numa procura marcada por áreas pequenas e sem registo de operações acima dos 1.000 m2. Neste mês, a área média ocupada recuou para os 479 m2, ficando a maior operação em 912 m2. As zonas 1 (Prime CBD) e 6 (Corredor Oeste) foram as mais dinâmicas, ambas com 40% da actividade, registando-se ainda operações na zona 2 (CBD), que agrega os restantes 21%. O sector de “Serviços a Empresas” foi o responsável pela maioria da absorção, com uma quota de 26%, seguida pelos sectores de “Outros Serviços” e “TMT’s & Utilities”, ambos com 22%. Em termos acumulados, contabilizam-se 48 operações, traduzindo uma área média de 1.645 m2. Neste período, a zona 1 foi a mais activa (27% do take up), seguida pela zona 2 (CBD), com um peso de 20%. Evidenciam-se ainda as zonas 5 (Parque das Nações), 6 (Corredor Oeste) e 9 (Outras Zonas), com pesos de 15% a 17%. Em termos de procura, as empresas de “Serviços Financeiros” são as mais dinâmicas com 44% da absorção acumulada.

No Porto, o take up de maio distribui-se por 3 operações, embora apenas uma concentre mais de 95% do volume, ficando a área média do mercado nos 611 m2. Esta operação, com cerca de 1.700 m2, foi registada na zona 6 (Matosinhos), que representa, assim, 97% da actividade mensal. As outras duas operações foram observadas nas zonas 3 (ZEP) e 8 (Vila Nova Gaia). Da mesma forma, esta operação influenciou a segmentação da procura, com as empresas de “Serviços Financeiros” a dominar o mês, com os mesmos 97%. Em termos acumulados, contabilizam-se 20 operações com uma área média de 1.127m2, evidenciando-se a zona 1 (CBD Boavista), com 35% do take up. As zonas 5 (Outros Porto), 4 (Oriental) e 6 (Matosinhos) também apresentam boa dinâmica ao longo do ano, com quotas de 19% a 22%. Na procura, destacam-se os sectores de “Outros Serviços” e “TMTs & Utilities”, ambos com pesos em torno dos 30%, bem como “Serviços a Empresas”, com um peso de cerca de 28%.