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Capital humano é o mais importante na decisão do investimento imobiliário

26 de junho de 2019

O envolvimento dos colaboradores e a atracção e retenção de talento estão no top três dos desafios da estratégia imobiliária das empresas, à frente da redução de custos. As pessoas são cada vez mais determinantes na tomada de decisões imobiliárias.

Estas são algumas conclusões do estudo Occupier Survey 2019, divulgado pela CBRE, que analisa as respostas de responsáveis pelo imobiliário de mais de 100 empresas.

No relatório do ano passado, a redução de custos era a principal mobilizadora na estratégia imobiliária das empresas, enquanto o envolvimento dos colaboradores ocupava o quarto lugar. Este ano, a redução de custos caiu para quarto lugar, enquanto o envolvimento dos colaboradores (68%) ocupa agora a segunda posição, seguido da atracção e retenção de talento (65%) no terceiro lugar. Neste contexto, a optimização do capital humano está no centro das decisões das empresas ocupantes.

Mais de um terço das empresas, resultado que representa o dobro do ano passado,  encaram a escassez de oferta de espaços de escritórios e a dificuldade em encontrar as competências adequadas como um desafio estratégico. Em linha com os resultados de 2018, a disrupção da tecnologia (36%), a incerteza económica (43%) e o agravamento dos custos (31%) são também considerados grandes desafios pelos ocupantes.

Para Duarte Cardoso Ferreira, Director de Arquitectura e Gestão de Projectos da CBRE, “o desafio enfrentado actualmente pelos ocupantes é perceber como a procura, arquitectura e gestão de diferentes localizações podem funcionar a favor da optimização do capital humano. Estes desafios são ainda mais cruciais em determinadas áreas, especialmente as que precisam de atrair talento digital ou data scientists, que são escassos e cuja procura é grande.

O Occupier Survey 2019 identifica quatro principais vectores estratégicos através das quais as empresas procuram maximizar a sua proposta de valor através do imobiliário como forma de influenciar e atrair recursos qualificados: procurement e estratégia de fit-out, procura de soluções de espaço flexíveis, estratégia para potenciar a experiência do utilizador e a abordagem tecnológica.

No procurement e estratégia de fit-out, os resultados do inquérito constataram que os ocupantes são cada vez mais influenciados pelas características interiores dos seus escritórios. Quase 60% estariam dispostos a pagar mais 10% por um edifício que oferecesse serviços de apoio diferenciados, de alta qualidade e evoluído em termos tecnológicos.

Desejo das organizações por espaços flexíveis continua a crescer

O estudo refere igualmente que o desejo das organizações por espaços flexíveis continua a crescer, prevendo-se que seja nos próximos três anos, 20% maior do que actualmente O uso de espaço flexível como meio de atrair e reter talento subiu 10% em relação ao ano passado. Também um número crescente de empresas está focada na utilização de espaços flexíveis para experimentar modelos de trabalho e ocupação diferenciadores.

No que diz respeito  ao potenciar da Experiência do Utilizador, os programas que as empresas desenvolvem procuram satisfazer todas as necessidades dos colaboradores no local de trabalho. Apenas um terço das empresas tem um programa de experiência de utilizador ou planeia introduzir um. No entanto, um terço planeia contratar um responsável para se dedicar a esta área e dois terços pagariam um valor mais elevado por um edifício que disponibilizasse um programa reforçado de experiência de utilizador.

A disrupção tecnológica, particularmente a inteligência artificial e machine learning, são prioridades da abordagem tecnológica. 70% das empresas pretende aumentar o nível de investimento em tecnologia aplicada ao imobiliário nos próximos anos, com um maior enfoque nas pessoas. Os métodos para atingir estes fins, como a contratação de data scientists, são cada vez mais sofisticados, com as empresas a preparem-se para uma vasta gama de abordagens, que incluem o outsourcing de especialistas.

Na opinião deDuarte Cardoso Ferreira, “o desafio para as empresas é estabelecer uma abordagem eficaz na definição da estratégia imobiliária, mas no geral estão a ser feitos esforços no sentido de investir nos melhores ambientes possíveis que permitam tornar as equipas mais eficientes e, sempre que possível, mais felizes”.

O Occupier Survey conclui ainda que as estratégias relacionadas com as competências dos colaboradores, a adequação dos espaços de trabalho às actividades desenvolvidas e os serviços associados aos edifícios estão a convergir, devendo ser vistas de forma integrada, e aponta a necessidade de haver maior colaboração entre todas as equipas na definição da estratégia imobiliária.