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BCE não deve subir as taxas de juro antes de meados de 2020, avança a Moody's

11 de novembro de 2019

A agência de 'rating' Moody's considera que "as baixas taxas de juro vão continuar a comprimir os lucros dos bancos" portugueses, apesar do actual efeito positivo na liquidez devido à política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

"As taxas de juro irão tornar-se cada vez mais desafiantes para os bancos portugueses. Isto acontece porque a concorrência intensa está a colocar pressão adicional nas já baixas taxas de crédito, numa altura em que a margem para maior compensação com reduções dos custos de financiamento está a encolher acentuadamente", pode ler-se no relatório da Moody's sobre a banca portuguesa.

A agência de notação financeira adverte que as baixas taxas de juro incidirão particularmente nos bancos "com maior exposição a empréstimos com taxa variável, como crédito hipotecário à habitação".

"Não esperamos que o BCE comece a subir as taxas de juro antes do meio de 2020, e qualquer aumento será muito gradual", prevê ainda a agência.

No entanto, a Moody's considera que a política monetária do BCE "tem sido positiva para os bancos portugueses até agora, apoiando a sua liquidez".

"Também reduziu o fardo de pagamentos do altamente endividado sector privado, o que levou a menores perdas no crédito. Ao mesmo tempo, custos de financiamento mais baixos ajudaram a manter as margens financeiras líquidas largamente estáveis, apesar de menores taxas de crédito".

A Moody's diminuiu hoje a perspectiva da banca portuguesa de 'positiva' para 'estável', devido ao abrandamento do crescimento económico no país e na zona euro.

LUSA/DI