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Turismo

 

Empresas da Restauração e Alojamento não resistem sem “vacina” a fundo perdido

14 de janeiro de 2021

A AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal alerta que perante uma nova fase de confinamento geral, com a drástica imposição de encerramento legal dos restaurantes e alojamentos, impõe-se uma forte injecção financeira a fundo perdido nas empresas do sector.

A associação apresentou hoje ao Governo uma proposta de novas medidas que visam Proteger as Empresas e o Emprego nos próximos meses e que consiste no reforço dos apoios a fundo perdido para a liquidez das empresas, na maior protecção do emprego e na intensificação do apoio ao pagamento das rendas.

O mais recente inquérito mensal da AHRESP, referente ao mês de Dezembro, foi realizado pela NIELSEN, uma empresa internacional de elevada reputação na execução de estudos de mercado e de opinião, com enorme experiência no Canal HORECA, e os principais resultados revelam empresas sem meios e condições para continuar a lutar pela sua sobrevivência:

  • Restauração e Similares:
  • 39% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua actividade;
  • Para as empresas inquiridas, a quebra de facturação do mês de Dezembro foi avassaladora: 56% das empresas registaram perdas acima dos 60%;
  • Como consequência da forte redução de facturação, cerca de 13% das empresas não conseguiram efectuar o pagamento dos salários em dezembro e 18% só o fez parcialmente;
  • Perante esta realidade, 50% das empresas já efectuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 19% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. 20% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do primeiro trimestre de 2021;
  • Sobre as perspectivas de recuperação da atividade económica, 43% das empresas referem que o setor só deverá começar a recuperar em 2022, e 35% indicam que será a partir do 2º semestre de 2021, com o início do Verão.
  • Alojamento Turístico:
  • 20% das empresas indicam estar com a actividade suspensa;
  • Das empresas com actividade em funcionamento, 43% indicaram uma ocupação máxima de 10% no mês de Dezembro. Para o mês de Janeiro e Fevereiro, 40% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero, e 36% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%;
  • À data de preenchimento do inquérito, apenas 12% das empresas indicaram terem reservas para o período da Páscoa;
  • 16% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade.
  • Para as empresas inquiridas, a quebra de facturação do mês de dezembro foi devastadora: 61% das empresas registaram perdas acima dos 80%.
  • Como consequência da forte redução de facturação, 24% das empresas não conseguiram efetuar pagamento de salários em Dezembro e 8% só o fez parcialmente.
  • Ao nível do emprego, 30% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 32% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. 10% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do primeiro trimestre de 2021;
  • Sobre as perspectivas de recuperação da actividade económica, 38% das empresas referem que o sector só deverá começar a recuperar em 2022, e 37% indicam que será a partir do 2º semestre de 2021, com o início do Verão.

Assim, e face à situação dramática que assola as empresas da restauração e similares e do alojamento turístico, A AHRESP considera que é urgente a adopção de medidas específicas e excepcionais para a Protecção das Empresas e do Emprego, nomeadamente:

  • Reforço das tesourarias com a atribuição de apoio a fundo perdido através do programa Apoiar.PT, aumentando a intensidade de apoio nas micro, pequenas e médias empresas;
  • Apoio excepcional à manutenção do emprego, com o apoio a 100% dos salários dos trabalhadores (sem limites de quebras de facturação), e isenção a 100% da TSU;
  • Apoio a fundo perdido ao pagamento de rendas, com o reforço do programa Apoiar Rendas, nomeadamente com o apoio a 100% do valor das rendas nos meses de Janeiro e Fevereiro.

"Quando a tão desejada recuperação da actividade económica se iniciar e a procura se acentuar, teremos de garantir a necessária capacidade de oferta, protegendo e preservando as 120.000 empresas da restauração, similares e do alojamento turístico e os seus 400.000 postos de trabalho diretos", refere em comunicado a associação.