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Turismo

 

Apoios ao turismo foram fundamentais mas insuficientes - admite presidente da APAVT

1 de dezembro de 2021

Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens e do Turismo, alertou na abertura do 46º congresso que apesar de todo a resistência do sector neste momento de crise pandémica ainda são necessários mais apoios e com ele a capacidade de recuperação do país.

‘Todos sabemos, há muito tempo, que os apoios foram insuficientes, frequentemente tardio o momento em que ocorreram, bem como, demasiadas vezes, foram difíceis os processos administrativos de acesso aos mesmos. Mais do que isso, todos sabemos que não poderão acabar, sob pena de inutilizarmos os esforços já desenvolvidos, transformando então fundo pedido em saco roto. Por outras palavras, é imprescindível que não permitamos que o sector, e com ele a capacidade de recuperação do país, morram na praia, por interrupção dos apoios necessários’, revelou o presidente da associação.

‘Acrescentando ainda que ‘é o Turismo que vai liderar a recuperação económica. Ou seja, cada euro gasto a apoiar as nossas empresas será rapidamente pago, com juros, ao nosso país’.

Pedro Costa Ferreira, mostrou também descontentamento com a actual crise política e para as consequências para o país e o sector, referindo que ‘o momento que vivemos, e é certo que, depois de tanto trabalho conjunto, de tanto diálogo, mas também de tanta dívida, de tanta perda, de tanto capital próprio destruído, nos sentimos um pouco abandonados pelos nossos políticos’. Salientou ainda que é urgente que se confirme a continuação do apoio à retoma, pelo menos até à Páscoa.

Um sector que valia 2,1% do PIB em 2015 e 2019

Lembrou também a força deste sector, que em 2015 contribuía, considerando os efeitos directos, indirectos e induzidos, com 3,2 mil milhões de euros de valor acrescentado bruto, números que representam 2,1% do PIB.

Um sector que, em 2019, considerando o mesmo método de cálculo, numa actualização do valor económico da distribuição turística, representava 2,5% do PIB, com um valor acrescentado bruto, considerando efeitos directos, indirectos e induzidos, de 4,5 mil milhões de euros. ‘Entre 2015 e 2019, cresceu mais que a economia portuguesa, acentuando a sua influência no crescimento económico do país, na geração de emprego e, através das exportações, no equilíbrio das contas externas.

Salientou que cerca de 41% dos colaboradores possui habilitações ao nível do ensino superior, correspondendo este número ao dobro da média nacional.

O presidente da APAVT aproveitou também a ocasião para reforçar a resolução do problema aeroportuário. ‘Todos sabemos que queremos chegar ao ano de 2027 com a performance turística prevista para esse ano, antes da eclosão da crise. Mas também sabemos, que, sem uma solução aeroportuária, é bem mais provável que cheguemos a 2027 com números turísticos inferiores aos de 2019’, referiu.

Realçou igualmente que ‘num momento em que as questões relacionadas com a sustentabilidade são decisivas, temos que resolver a questão da ligação ferroviária de alta velocidade, iniciando uma estratégia de resposta perante as dificuldades que rapidamente surgirão, no que concerne a voos de curta duração’.

Defesa do Hub aéreo em Lisboa

O responsável adiantou que ‘precisamos de união e sentido de estratégia, também porque teremos de nos preocupar com a defesa do Hub aéreo em Lisboa, e isso não parece possível sem a manutenção de uma TAP com dimensão. Hoje, vemos o país dividido entre quem sustenta o apoio estatal à TAP e quem o combate. Por outras palavras, o que é mais caro? Apoiar a TAP, ou regredir dez anos no sector turístico, com todas as implicações para a economia nacional?’, questiona. ‘O mesmo, aliás, deve ser dito da SATA’.

‘Temos, pois, que avançar, unidos, na resolução da solução aeroportuária, da ligação ferroviária, na expressão una de uma oferta flexível, e na manutenção do Hub em Portugal1, concluiu Pedro Costa Ferreira.

O 46º congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e do Turismo arrancou hoje no Centro de Congressos de Aveiro. Com mais de 600 participantes, o evento contou ainda com a abertura do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.