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O pior já passou

12 de fevereiro de 2015

Celebramos hoje o primeiro aniversário. O Diário Imobiliário surgiu numa altura em que o mercado estava a atravessar talvez um dos seus momentos mais críticos e onde o pessimismo reinava em todos os sectores da sociedade portuguesa.

Evitámos escrever a palavra ‘crise’, contornando-a com designações como ‘tempos difíceis’, ‘dificuldades económicas e financeiras’ e outras mais, sobretudo para não massacrar e deprimir ainda mais os portugueses.

Tem sido demasiado longo o período ‘negro’ da economia e do sector, contudo, ao longo do primeiro ano de vida do Diário Imobiliário sentimos algumas mudanças, com resultados mais animadores no mercado.

Fazendo um balanço destes 12 meses, percebemos que foi um ano marcado pela grande expectativa na dinamização do mercado de arrendamento com a nova legislação, contudo não foi a desejada. De uma forma geral a oferta não correspondeu à procura, os valores estão demasiado altos e o tempo que os imóveis permanecem no mercado é ainda elevado. Ou seja, mesmo para os investidores não tem o retorno desejável. Contudo, como a dificuldade no acesso ao crédito à habitação ainda permanece, a única opção tem sido o arrendamento e daí que ainda se mantenha algum dinamismo.

Os Golden Visa foram também outro motivo de destaque neste ano. Na verdade, de um momento para o outro tornou-se o tema ‘dourado’ do imobiliário, sobretudo para quem está ligado à promoção, mediação e consultoria. De repente, quase tudo o que se constrói e se vende tem como finalidade atrair investidores estrangeiros. Mas como tudo, será apenas uma moda e em breve, serão remetidos à sua escala de ‘nicho’, onde sempre estiveram. Assim que os bancos voltarem a incentivar o crédito à habitação, os portugueses voltarão a ‘reinar’.

Claro que o mercado imobiliário nunca mais voltará a ser o mesmo como nas décadas douradas de 80 e 90 do século passado. Mas os sinais positivos foram dados nos últimos meses de 2013 e primeiros de 2014. Os números revelam que existe um crescimento nas transacções, na valorização dos imóveis e que a reabilitação que também tem sido mais desejada do que concretizada, tem finalmente aumentado. São boas notícias que vêm dar algum ânimo ao sector.

Por isso, as perspectivas são boas. Basta a economia melhorar para que tudo mude. Os portugueses vão continuar a necessitar de uma casa para morar, seja para aquisição ou para arrendamento, num apartamento novo ou usado, o importante é que vão ter necessidade de um ‘tecto’, como se dizia no tempo dos nossos avós.

As empresas vão voltar a crescer e com elas, os espaços de trabalho. Vamos voltar a ter mais poder de compra, com ele aumenta o consumo e consequentemente, anima o retalho.

Durante um ano o Diário Imobiliário acompanhou esta evolução, foi testemunha deste ligeiro e ténue crescimento do mercado. A confiança começa a ganhar forma ainda que timidamente e é com algum optimismo que esperamos o futuro. Certamente, que existe consciência que ainda é muito cedo para respirar fundo mas é possível que o pior já tenha passado.

FernandaPedro
Directora
Diário Imobiliário