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Opinião

 

O Futuro do Imobiliário

11 de fevereiro de 2015

O ano de 2103 inicia-se com expectativas moderadas, não só porque as condições de mercado não sofreram alterações, mas também porque a economia e o clima de incerteza se mantêm dentro do que já assistimos nos últimos 2 anos.

Por outro lado, é convicção dos agentes do mercado de escritórios, que este poderá ser o último ano de oportunidades muito favoráveis para os inquilinos e por isso as empresas que o possam, podem e devem aproveitar os próximos meses para conseguir fechar arrendamentos com condições, que dificilmente se irão repetir nos próximos anos.

E isto, porque o grande abrandamento na construção de novos escritórios na zona de Lisboa, permitiu equilibrar o mercado e neste momento a disponibilidade de escritórios novos já está próxima da capacidade de absorção do mercado, pelo que a pressão junto dos senhorios destes imóveis tenderá ao longo do ano a ser menos forte.

Claro que existe ainda uma oferta muito grande de escritórios com condições de preço muito agressivas, mas estes são e serão cada vez mais os do segmento de usados, onde se manterá uma grande pressão, pelo menos por mais algum tempo.

Esta situação tem aspectos positivos para o mercado, como o seu equilíbrio e uma melhoria na rentabilidade dos investimentos. Estes aspectos, a médio prazo, vão possibilitar um retorno dos promotores ao mercado imobiliário de escritórios.

Contudo, parece-nos que cada vez mais o foco dos promotores tenderá a ir para as oportunidades de reabilitação do parque imobiliário existente, principalmente no centro da cidade de Lisboa, e menos para novos projetos.

Curiosamente, algo já se está a passar na única zona da região de Lisboa, onde em 2013 vai ter algum investimento em novos projetos, como a área da Avenida da Liberdade, que irá oferecer algumas soluções de qualidade e com boa dimensão através da recuperação de edifícios existentes.

Pensamos que esta tenderá a ser uma tendência cada vez mais forte do mercado nos próximos anos e por isso há que olhar para ela com atenção porque poderá ter implicações estruturais na forma como até aqui se analisavam e avaliavam os projetos de investimento dos promotores imobiliários.

Jorge Bota
Managing Partner da B. Prime