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Imobiliário 2.0

3 de maio de 2021

Desde que Portugal ficou (mais ou menos) parado à conta do vírus e das decisões de confinar o País inteiro, os Portugueses viram-se obrigados a descobrirem-se, pessoal e profissionalmente, para continuarem a ter alguma fonte de rendimento. E, embora o digital seja algo que já faz parte do imobiliário há imenso tempo, nunca tanto como nestes meses se ouviu falar da necessidade dos consultores e das empresas em reinventarem-se e transformarem esta crise num mar de oportunidades.

Eu até percebo que a revolução digital não seja para todos e, como diz o ditado, quem não tem cão caça com gato, mas há, de facto algumas estratégias básicas para transformar o activo que temos para venda num palácio, mesmo que estejamos a falar de uma casa a cair aos bocados (passe, naturalmente, o exagero da comparação).

Como em tudo na vida, não é apenas importante ver o copo meio cheio, mas é fundamental mostrar aos outros que o copo não está meio vazio. E, nesse sentido, a internet veio dar uma ajuda preciosa num negócio que, apesar de tudo, continua a ser de pessoas para pessoas.

De acordo com os últimos dados, 92% dos clientes compradores utilizam a internet para procurar casa, o que faz com que a presença digital seja um factor determinante para o nosso sucesso. Os menos habituados ao digital e à internet podem sempre alegar que conseguem clientes de um ou outro lado da barricada através do passa-palavra e da confiança. Admito, naturalmente, que o CDI (Círculo de Influência) é determinante, principalmente para os primeiros negócios, mas depois, numa lógica de continuidade, a internet joga um papel fundamental.

Também por isso, a descrição do anúncio, com informações claras e concisas, excelentes fotos e vídeos, permite a este destacar-se em relação à concorrência. Ao usarmos ferramentas de marketing digital, estamos a aproximar o nosso activo aos potenciais compradores. Por maioria de razão, o texto do anúncio deverá também ilustrar o carácter diferenciador do que temos entre mãos, principalmente se estivermos a falar de uma zona onde a oferta pode ser maior do que a procura. E já se sabe que, quanto mais completa for a descrição do imóvel, mais este se destaca face aos restantes.  

Por fim, quando colocamos um anúncio online, no site da nossa empresa e em portais dedicados à divulgação de imóveis, temos de ter a certeza que fizemos tudo ao nosso alcance para que o nosso anúncio se destaque dos restantes. Para além das fotos, que devem ser irrepreensíveis, sempre que possível, deverão ser acompanhadas por um vídeo. Não apenas por causa da pandemia (que reforçou a necessidade de mostrar o imóvel online da melhor forma que se consiga), mas também porque 80% do tráfego que existe na Internet é de vídeo, o que faz com que, se não tivermos vídeo associado ao que queremos vender, arriscamo-nos a que o nosso anúncio não se destaque face aos restantes. Claro está que, mesmo aqui, é preciso ter algum discernimento e perceber que vídeos entre os 30 e os 90 segundos são idealmente a melhor solução. Abaixo dos 30 segundos é irrelevante e acima dos 90 corremos o risco de cansar o público com excesso de informação.

Superados todos estes desafios, resta-nos depois insistir na divulgação do nosso activo por todos os meios possíveis e imaginários. Não só estamos a fazer o nosso trabalho, como mostramos a quem nos confiou a venda que não baixámos os braços e ficámos à espera que o cliente comprador apareça. Como se sabe, ter sorte dá imenso trabalho.

Francisco Mota Ferreira

Consultor imobiliário