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Opinião

 

Identidade e Inclusão – Um binómio para o futuro

12 de fevereiro de 2015

A actual equipa da Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos realizou um encontro para discutir a estratégia a seguir durante os próximos três anos de mandato. Durante dois dias, o debate foi fundamental para definir os princípios orientadores dessa mesma estratégia.

A estratégia para o triénio 2014-2016 pretende estabelecer uma actividade centrada nos arquitectos entendidos na sua diversidade: jovens arquitectos e colegas de gerações anteriores, profissionais que trabalham nos ateliers e colegas que desenvolvem a sua actividade em organismos públicos.

Queremos ser uma plataforma agregadora e catalisadora na divulgação e promoção das diversas iniciativas em torno da arquitectura – individuais, colectivas e/ou de outras instituições – e queremos contribuir para o reforço das mesmas, sem as duplicar ou substituir.

Vamos promover uma estratégia baseada em parcerias e/ou no lançamento de iniciativas próprias abertas à participação de todos. No futuro próximo, vamos orientar a nossa actividade na relação entre os arquitectos e a sociedade, designadamente entre dois territórios conceptuais: Identidade e Inclusão.

A construção da Identidade deve fundar-se numa maior intervenção política e educação arquitectónica, gerando mais cultura e conhecimento.

A Inclusão vai fazer-se a partir dos jovens; dos que desenvolvem o seu trabalho nas autarquias ou organismos públicos; dentro ou fora dos ateliers e independentemente da sua dispersão pelo país, potenciando relações em rede, melhorando a qualidade dos serviços prestados pelos arquitectos à sociedade.

Estes serviços qualificados reforçam a imagem que a sociedade constrói dos arquitectos, pois o seu trabalho gera economia e qualidade de vida. Completando este ciclo de relações, esperamos com isto reforçar a relação entre a sociedade e os arquitectos, e consequentemente gerar mais encomenda. O trabalho advém de uma sociedade mais desperta para o valor do arquitecto e do seu impacto qualitativo no modo de vida das pessoas. Só através de mais e melhor trabalho se pode inverter o ciclo recessivo em que a classe se encontra.

Ser uma Ordem inclusiva só é possível partindo de uma consciência de classe e de um sentimento de pertença conferido por uma identidade forte. Tendo essa consciência como ponto de partida, vamos criar um Fórum que dê voz aos que se sentem menos representados no seu seio; reconhecer nos profissionais a exercer funções em organismos públicos e descentralizados a sua mais valia enquanto agentes modernizadores do território, enquanto “embaixadores” da arquitectura; não centrar os esforços de regulação e protecção apenas na figura do "arquitecto autor"; potenciar os serviços prestados pela OASRS a todos os seus membros, de acordo com os diferentes tipos de exercício da profissão; fomentar mais e melhor encomenda através da promoção de processos de contratação mais justos e actualizados.

Ter Identidade significa uma classe informada, influente e respeitada pela sociedade. Inclusão significa uma classe coesa, pró-activa e capacitada. Uma classe coesa e inclusiva tem a capacidade de gerar e potenciar uma identidade mais afirmada junto da sociedade.

A OASRS pode desempenhar um papel educativo e pedagógico: fundando as bases para ser um pólo cultural em torno da arquitectura; promovendo e difundindo conteúdos com base num tratamento esclarecido do conhecimento produzido pelos arquitectos ao longo dos tempos; sendo mais influente na sociedade através dos arquitectos presentes nos centros de decisão; conduzindo uma campanha de comunicação capaz de gerar consciência do papel do arquitecto e da sua importância cívica e económica, junto de todos.

Esta estratégia só é possível gerando consensos alargados, com a participação de todos e desenvolvendo parcerias estratégicas.

Rui Alexandre
Presidente da Ordem dos Arquitectos Secção Regional do Sul - OASRS