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Fundos de Investimento Imobiliário compensam

11 de fevereiro de 2015

Na actual conjuntura económica que Portugal atravessa, os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) continuam a ser uma opção atractiva para quem pretende aplicar as suas poupanças e revelam-se das poucas classes de activos que mantêm alguma estabilidade. Por isso, os FII continuam a despertar o interesse dos investidores. No ano passado, os montantes geridos pelos FII em Portugal subiram 0,6% face a 2011, fechando o ano com um valor superior a 11,3 mil milhões de euros. A recente publicação do índice IPD que mede a performance de mais de 8 mil milhões de euros de imóveis detidos em Portugal por institucionais revelou um retorno total de 0,8%.

Assim a desvalorização relativa do valor dos activos foi compensada por um retorno de rendas, resultando em níveis de retorno face ao risco inferiores ao de outras categorias como as ações e as obrigações. Embora em 2012 as obrigações tenham tido um ano excepcional, que não se antevê que se repita para períodos mais longos, o imobiliário tem obtido retornos mais elevados apresentando níveis de volatilidade muito inferiores aos desses activos, ditos «tradicionais».

Apesar de não ter capital garantido, esta classe de activos apresenta assim boas performances a médio e longo prazo, numa altura em que, por exemplo, os depósitos a prazo, esmagados pela descida das taxas de juro, apresentam taxas líquidas de impostos inferiores à inflação.

Esta tendência irá manter-se nos próximos tempos com a taxa do Banco Central Europeu a manter-se em valores historicamente baixos, como forma de apoiar a frágil economia europeia e de ir solucionando o problema da dívida pública soberana.

Assim, os FII Abertos são uma alternativa vantajosa, especialmente para quem pretende aplicar pequenas e médias quantias que, de outra forma, não teriam volume suficiente para o investimento direto no mercado imobiliário. Ora, os FII permitem realizar um investimento com a solidez do imobiliário – e com a garantia de estar a investir num activo real em vez de um valor mobiliário. As vantagens são claras, desde a facilidade de subscrição (basta ir ao Banco) com montantes mínimos reduzidos; a possibilidade de diversificar o risco, investindo em dezenas de imóveis através da aplicação de um montante reduzido (500 euros, por exemplo); a obtenção rápida de liquidez, livre de qualquer prazo de resgate; e a gestão assegurada por especialistas na área.

Os FII Abertos crescem por acumulação de capital dos participantes e a sua participação pode ser sempre reforçada. Este tipo de investimento é ideal para quem tem pequenas poupanças porque a primeira subscrição apresenta um valor baixo e as restantes subscrições, na maior parte dos casos, não têm mínimo obrigatório. Além disso, traz mais liberdade a quem investe, pois se necessitar de liquidez é possível resgatar o montante investido total ou parcialmente em qualquer altura obtendo o dinheiro num prazo relativamente curto.

Como em qualquer classe de activos, os FII também requerem que o investidor analise as rentabilidades passadas, meramente indicativas do comportamento do Fundo, e que tenham em conta as comissões debitadas nos processos de subscrição, gestão e resgate. Até agora, os FII têm tido uma relação risco-retorno melhor do que outros produtos comparados. Embora «rentabilidades passadas não garantam rentabilidades futuras», estes resultados atestam que o imobiliário nacional continua a ser competitivo.

Pedro Coelho
Administrador da SQUARE ASSET MANAGEMENT – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.