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Opinião

 

Comprar ou arrendar? Eis a questão

11 de fevereiro de 2015

Apesar do mercado de arrendamento ser agora a única opção para muitos portugueses, essa não é para a maioria a solução desejada. Portugal é um país de proprietários, não há dúvida, e a verdade é que se derem a escolher a qualquer português se preferem comprar ou arrendar, as respostas são quase unânimes: comprar.

Dizem que para a mobilidade que hoje se vive não é muito aconselhável adquirir habitação mas o certo é que essa razão ainda não conseguiu demover a opinião da maioria. E se tomarmos em atenção as vantagens e desvantagens entre as duas soluções, a compra ainda é por enquanto a que mais convém para muitas famílias e só mesmo a dificuldade em aceder ao crédito à habitação, as demove dessa vontade.

Se verificarmos os valores que ainda se praticam no mercado de arrendamento é perfeitamente legítimo pensar que ao conseguir um empréstimo bancário, esse valor é provavelmente mais acessível. Isto foi assim durante as últimas décadas e consequentemente a compra prevaleceu.

Também comprar uma casa, sempre é um bem que fica para a posteridade. Quem tem filhos poderá deixar em herança uma habitação e que num momento de crise, tal como estamos a viver, pelo menos os descendentes directos têm um tecto para viver. Essa razão é mais do que suficiente para que a compra seja efectivamente um bom investimento.

Com o arrendamento, além de se pagar toda a vida uma casa, ela nunca será um bem transmissível e todo o investimento não terá retorno.

Nas últimas décadas a compra de um imóvel não se fazia apenas para deixar de herança mas era adquirido como um património que valorizava e que facilmente se conseguia algum rendimento extra, o certo é que agora ele já não tem esse poder da multiplicação. Contudo, não deixa de ser um bem, o maior em termos de investimento que se faz ao longo da vida. E como tal, devemos olhar para ele com carinho. Noutras épocas, a casa era o pilar da família e não devemos deixar de o ver dessa forma.

E se o arrendamento for agora a única opção, só é desejável que seja a preços abaixo do que a compra, porque não é justo que as famílias paguem por um bem durante toda a vida e que no final não tenham qualquer retorno. Mas é justo também que exista arrendamento para a tal mobilidade. Contudo, é legítimo que quem queira adquirir também o faça. Apenas um conselho. Quando decidir, escolha conscientemente uma casa para o futuro. Demore o tempo necessário para encontrar aquela que satisfaça toda a família. Porque pode ser o único bem que o irá acompanhar para sempre. O tempo das valorizações pode não voltar. E como costumo dizer: A casa hoje é como o carro, desvaloriza assim que sai do stand, neste caso assim que a compra.

Fernanda Pedro
Directora
Diário Imobiliário