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Habitação by century 21

 

Quantos anos um jovem tem de poupar para comprar casa?

6 de novembro de 2016

Actualmente a maioria dos bancos emprestam apenas 80% do valor de uma casa. Um jovem para juntar os 20% da entrada pode levar entre cinco a 30 anos.

O sonho de comprar uma casa para a maioria dos jovens é comum e é quase sempre a primeira opção quando procuram uma habitação para viver. Mas neste momento, adquirir uma casa não é assim tão simples porque a maioria dos bancos não emprestam a 100% como há uns anos atrás. Assim, vamos seguir o estudo produzido pela plataforma gratuita de simulação de produtos financeiros ComparaJá.pt, que aproveitando a retoma do crédito à habitação no mercado, analisa quantos anos e em que montante é necessário poupar para conseguir atingir esta meta. Foi dado um valor de 100 mil euros para três exemplos de jovens e o tempo que têm para realizar poupanças de forma a atingir os 20 mil euros da entrada da sua casa.

10 anos e dois meses

Começamos pelo Pedro, designer gráfico, trabalha no departamento de Marketing de uma multinacional na área da distribuição de tecnologia, auferindo 850 euros líquidos por mês. Não tem por hábito poupar e gosta de viajar, mas, ainda assim, este jovem deseja vir a adquirir uma pequena habitação própria permanente em Lisboa, no valor de 100.000 euros. Visto que os bancos só emprestam 80% do valor da casa, o Pedro vai ter de colocar 20.000 euros de parte.

Se poupar 50 euros mensalmente no primeiro ano em que abrir a sua conta-poupança, no final desse ano terá de parte 600 euros. Mas até aos 20.000 euros o caminho é longo. Tendo em conta que o Pedro recebe um aumento salarial no segundo ano de trabalho, decide então aumentar o valor mensal das suas poupanças em mais 25 euros.

Se ele proceder desta forma todos os anos, aumentando progressivamente as suas economias em 25 euros, conseguirá ter 20.050 euros ao fim de 10 anos e dois meses. Mas se poupar sempre (e somente) 50 euros por mês até perfazer o valor que precisa, levaria 33 anos e 3 meses a amealhar 19.950 euros.

Sete anos e nove meses

Analisando outro caso. O casal Elsa e o Ricardo vivem juntos há algum tempo e chegaram a uma fase da vida em que pretendem mudar de casa, porque estão a pensar em alargar a família. O T1 onde vivem não lhes permite criar os filhos que desejam ter.

Ambos são de Matosinhos e trabalham em restaurantes, auferindo, cada um, 700 euros líquidos por mês. Neste sentido, pretendem comprar uma moradia nos arredores que custa 100.000 euros, necessitando, também de poupar 20.000 euros para a entrada inicial. O casal está disposto a colocar de parte 50 euros a cada mês, um valor que pretendem aumentar em 50 euros a cada ano. Quantos anos precisarão a Elsa e o Ricardo de poupar para atingirem a sua parte?

Presumindo que colocam de parte 50 euros por mês e aumentam a suas poupanças, ano após ano, em 50 euros, chegarão aos 19.950 euros em sete anos e nove meses.

Cinco anos e 11 meses

Já a jovem Madalena, cujo vencimento mensal líquido da sua profissão de fisioterapeuta ascende aos 1.500 euros, tem a ambição de comprar uma casa típica em Odeceixe, para desfrutar de um escape da vida agitada da cidade aos fins de semana.

Sendo uma pessoa habituada a poupar, Madalena decide colocar de parte, logo no primeiro ano de abertura da sua conta-poupança, 50 euros. Contudo, ao fim de um ano, compreende que, com o rendimento disponível que possui, consegue poupar mais. Se esta jovem empreendedora acrescer 100 euros todos os anos ao montante mensal das suas economias, naturalmente que levará menos tempo a conseguir a sua entrada inicial. Ao fim de cinco anos e 11 meses, terá 19.950 euros para dar de entrada para o seu retiro na costa vicentina.

Na opinião de Sérgio Pereira, diretor geral do ComparaJá.pt, "em qualquer dos cenários apresentados é possível inferir que é essencial começar a poupar o quanto antes para poder fazer o investimento de comprar uma casa. É claro que o nível de poupança que se consegue alcançar está sempre dependente do rendimento disponível do indivíduo". O responsável acrescenta ainda que no caso de um jovem recém-licenciado, pelo facto de estar em início de carreira, terá, à partida, maior dificuldade em juntar dinheiro, mas, por outro lado, face a um casal, tem menos despesas para pagar. “Começar o quanto antes é a melhor solução e ir aumentando gradualmente as economias ano após ano é fulcral”, esclarece.

Qual a melhor oferta da poupança-habitação?

Perante esta situação a plataforma realizou um estudo sobre a oferta que existe no mercado em matéria de contas poupança habitação.  Embora as taxas de juro que remuneram este tipo de depósitos não sejam atractivas actualmente, vale a pena avaliar qual poderá ser a melhor conforme os diferentes perfis de consumidor.

O produto do BPI possui uma remuneração de 0%, o do Crédito Agrícola, por exemplo, já rende 0,025% ao ano.

A Conta Caixahabitação da CGD poderá ser a que melhor se enquadra num perfil como o do Pedro, visto que o montante de constituição e de reforço é menor (rendendo 0,15% ao ano), ao passo que a conta poupança habitação do Novo Banco poderá ser a mais indicada para a Madalena, que não pretende fazer reforços de menos de 100 euros por mês, sendo a que mais rende dentro das opções apresentadas.

Já a conta poupança habitação geral do Crédito Agrícola poderá ser uma hipótese plausível para o perfil de um casal como a Elsa e o Ricardo, uma vez que só pode ser constituída por titulares que tenham acima de 30 anos de idade (inclusive). Ao abrir esta conta, os encargos com o registo predial e atos notariais reduzem-se em 50% e ainda passam a ser considerados em regime de prioridade e urgência gratuita.

O director do ComparaJá.pt indica ainda que o tempo de aforro necessário para comprar casa pode reduzir-se mais caso se subscrevam aplicações financeiras que gerem uma percentagem de rendimento adicional: depósitos a prazo, Obrigações do Tesouro, Certificados de Aforro, Certificados do Tesouro Poupança Mais e até fundos de investimento. Se para além de se poupar, ainda se puser o dinheiro a render, mais rápido se torna.

Além disso, existem outras formas de reforçar as poupanças para além do valor fixo guardado mensalmente: o tão aguardado reembolso do IRS ou um prémio de produtividade recebido inesperadamente podem ir diretos para a conta-poupança.

“E na altura de pesquisar o crédito à habitação mais favorável, é crucial comparar as diversas opções do mercado, passando pelo valor do spread, pelas taxas de juro (escolher entre fixa ou variável), pela prestação mensal (que vai oscilar se for indexada à Euribor) e pelo montante total imputado ao consumidor, conclui o responsável.

 Produto

Montante mínimo de abertura

Montante mínimo de reforço

Prazo

Remuneração
(TANB)

BPI

Conta Poupança Habitação

25 €

1 €

1 ano

0%

CRÉDITO AGRÍCOLA

Poupança Habitação Geral

100 €

50 €

1 ano

0,025%

CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS

Conta Caixahabitação

10 €

10 €

1 ano

0,15%

NOVO BANCO

Conta Poupança Habitação

500 €

125 €

1 ano

0,25%