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Bankinter estima subida de preços da habitação de 4% em 2019

10 de janeiro de 2019

O Bankinter revelou hoje a sua Estratégia de Investimento - Perspectivas 2019/20 e para o sector imobiliário prevê, que apesar da valorização dos preços da habitação, será a um ritmo mais moderado:+4% em 2019 e +1,5% em 2020.

Numa análise mais global e estreitando até Portugal, o Bankinter indica que no nosso país, o “risco de abrandamento agrava-se, mas ainda controlado. Não se perspectiva qualquer recessão".

"O panorama económico português está hoje algo mais fragilizado do que há 1 ou 2 anos atrás, muito por culpa da deterioração da conjuntura externa (da mesma forma que a boa evolução recente também se deveu, em grande medida, à ajuda dos ventos externos). Apesar da existência de mais riscos, estes ainda estão controlados e não perspectivamos uma inversão do ciclo económico a curto/médio prazo. Vemos margem para mais crescimento, embora a um ritmo mais moderado. De facto, decidimos rever três décimas em baixa a estimativa de crescimento económico em 2019, para 2,0%, devido essencialmente à deterioração das perspectivas sobre a procura global e sobre o Investimento. Ainda assim, trata-se de um nível suficientemente elevado para permitir ao país prosseguir com o equilíbrio da sua posição financeira e redução do endividamento público, que continua a ser o 'Calcanhar de Aquiles' da economia", indica a instituição bancária.

Descartado um cenário de bolha imobiliária

Relativamente ao sector imobiliário, "apesar de para já descartarmos um cenário de 'bolha imobiliária', é fulcral que este abrandamento esperado se verifique em 2019. Caso contrário, o mercado poderá ficar sobreaquecido e vulnerável aos factores de risco que poderão entrar em jogo já este ano: aumento da oferta de novos imóveis para venda e aumento do custo de financiamento.

Quanto à alocação de activos, o Bankinter recomenda uma posição de neutral: Revemos em baixa a recomendação, de Comprar para Neutral. O potencial de valorização dos preços residenciais é cada vez mais limitado depois dos aumentos de dois dígitos registados nos últimos trimestres. Apesar de ainda vermos algum potencial, o binómio risco-retorno já não é favorável, tendo em conta a baixa liquidez desta classe de activo.

Também recomenda a posição neutral para a Europa: As yields de entrada em activos imobiliários premium e core plus das principais cidades têm um escasso potencial de valorização e são vulneráveis ao processo de subida das taxas que se iniciará em 2019. O Brexit é um factor de incerteza que pode abrandar os preços em Londres, principal mercado europeu.

A instituição bancária, explica que os indicadores económicos mais recentes apontam para que a economia portuguesa feche o ano de 2018 com um crescimento de +2,1%, cumprindo com a nossa estimativa. Apesar da natural tendência de abrandamento, em comparação com os registos extraordinários de 2017, é de realçar a resiliência da actividade económica do país nos últimos trimestres perante um travão mais pronunciado do crescimento da Zona Euro. De facto, o PIB nacional cresceu +2,1% no 3T’18, substancialmente acima dos +1,6% registados pelo conjunto dos países da Zona Euro.

"Porém, daqui para a frente, Portugal não deverá conseguir “escapar” à deterioração do cenário económico na Europa. Após vários anos de políticas monetárias acomodatícias, 2019 deverá ser o ano do “back to reality”. O ano em que a economia europeia será deixada “à mercê” das forças económicas, sem o suporte artificial do BCE, um cenário que poderá agravar a perda de tracção da actividade económica nos países da Zona Euro, com consequências ao nível das exportações nacionais", lê-se no relatório.

O Banco aponta alguns dos factores podem influenciar o desempenho económico português. Entre eles, o Brexit é, "ao mesmo tempo, o mais incerto e o que maior impacto poderá ter na economia portuguesa. Um cenário de Hard-Brexit poderá frustrar as expectativas em relação à evolução do sector do Turismo, dada a sua dependência dos turistas britânicos. A indisciplina orçamental de Itália e, mais recentemente, a contestação social em França - que forçou Macron a tornar-se, também ele, “indisciplinado” – são igualmente focos de tensão a vigiar. Todos estes factores, essencialmente externos, levam-nos a adoptar uma postura mais cautelosa em relação à evolução das Exportações ao longo dos próximos trimestres".