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Portugal no centro do mundo criativo

11 de fevereiro de 2015

O maior festival de inovação e criatividade alguma vez realizado em Portugal, o Festival IN vai se realizar entre os dias 14 e 17 de Novembro na FIL. Um evento que pretende mostrar ao mundo o que de melhor se faz em Portugal nas indústrias culturais e criativas. Fátima Vila Maior, directora de Área de Feiras da FIL, em entrevista ao Diário Imobiliário revela que Portugal está ainda longe dos índices de criatividade dos países mais desenvolvidos e este festival, será o ponto de partida para a diferenciação e afirmação de um país criativo.

Quais os objectivos para este grande evento em Portugal?

Acima de tudo a Fundação AIP, com a realização do Festival IN, pretende colocar nacional e internacionalmente a região de Lisboa e Portugal no centro do mundo criativo. Queremos mostrar ao mundo o que de melhor se faz em Portugal nas indústrias culturais e criativas e queremos, acima de tudo, que Portugal seja visto como um país criativo. Portugal está ainda longe dos índices de criatividade dos países mais desenvolvidos e por isso, com este festival, pretendemos dar o ponto de partida para a diferenciação e afirmação do nosso país no contexto económico internacional.

Os objectivos centrais da realização do Festival IN consistem em: promover nacional e internacionalmente a Região de Lisboa e Portugal. A participação de agentes do maior número possível de países permitirá disseminar uma ideia que associe a Região de Lisboa e do País à inovação, preparando um terreno inesgotável para cultivar; internacionalizar os autores, criadores e empreendedores nacionais, num espaço onde encontrem canais que veiculem as suas ideias e produtos externamente; fomentar negócios, através do encontro de diferentes agentes da cadeia de valor, desde a produção, até ao consumo final (promover a inclusão, incentivando e facilitando o acesso e participação tão ampla, quanto possível de todos ao Festival I) e agregar empresas para poderem oferecer serviços consistentes.

O Festival contribuirá de forma consistente e decisiva para a densificação da malha e do tecido das indústrias criativas, juntando potenciais parceiros, até então desencontrados. Como palco de experimentação. O Festival IN permitirá encontrar novas formas de trabalhar ideias e soluções, capazes de unir esforços e de aproveitar vontades isoladas, solidarizando-as de forma dinâmica, intuitiva e intencional. Criar ou sedimentar redes, enquanto modos indispensáveis de agir, em particular no ambiente digital.

De que forma este Festival traz competitivade para o tecido empresarial português?

A grande oportunidade do Festival IN é interligar os três vértices do triângulo de todos os players deste sector multissectorial, que são os criadores, as empresas e os consumidores.

Com todas as actividades que vão acontecer ao longo destes quatro dias, a FIL será, por isso, um ponto de encontro que permitirá, não só, fomentar negócio como oferecer, às empresas, uma nova forma de encontrar ideias e soluções inovadoras.

Quais as iniciativas previstas no evento?

Vão ser quatro dias repletos de actividades e iniciativas. Os 40.000m2 da FIL vão estar sempre com animação, em interactividade e simultaneidade. A programação já definida dentro dos vários sectores das áreas criativas, por isso o visitante já pode optar pela temática que melhor se adapta às suas preferências. A escolha é vasta e a programação do Festival IN abarca conferências, espaços de lazer e interactivos, espaço dedicado à música entre muitos outros espaços.

É muito difícil destacar ou enumerar todas as actividades que irão compor todo o Festival IN. A melhor forma de um visitante ver e decidir qual o seu percurso e as áreas que lhe interessam, dentro do Festival, é consultar o site.

Posso talvez referir, apenas para dar alguns exemplos, que temos um espaço dedicado à música, desenvolvido pelo Westway Viva Lisboa, que vai realizar a sua pré-edição, e que vai juntar agentes, managers, editores, músicos independentes, entre outros, para a promoção e internacionalização da música portuguesa e lusófona. Os músicos que já confirmaram presença são Amor Electro, Darko, Frankie Chavez, Gisela João, Hélder Moutinho, Primitive Reason e The Weatherman.

Também a Festa dos Museus, que se realiza pela primeira vez, promete ser o maior encontro de museus alguma vez realizado em Portugal. O grande objectivo é o de cruzar a oferta cultural dos museus com a de outros agentes das indústrias culturais criativas e com o turismo.

As conferências e debates de ideias e experiências também são muitas, posso mencionar a Conferência “SHIFT HAPPENS”, que pretende abordar o tema da mudança no mundo das agências criativas, quem são os novos players e como desenvolvem o seu negócio. Esta iniciativa será dividida em dois grandes momentos: uma introdução à mudança e uma mesa redonda onde protagonistas das indústrias criativas vão dar o seu testemunho e levantar questões importantes acerca desta mudança do paradigma.

A APPM – Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing em parceria com o Festival In irá debater o tema da criatividade e o fenómeno da remistura de conceitos e conteúdos nos domínios do Marketing e das marcas.

Na área da arquitectura, a conferência Lens Get Closer 3-3-30 terá como mote três oradores nacionais, três oradores internacionais em sessões de 30 minutos cada, sob o tema inovação e criatividade de acordo com a temática do Festival IN.

Também a arte vive do diálogo criado entre artista, obra e espectador. Nesta área haverá espaço para um ciclo de debates designados pensamentos sobre arte contemporânea, que pretende, ser o aglutinador de algumas reflexões que, por timidez ou por embaraço, têm sido pouco debatidas de forma directa, no contexto nacional.

Como a inovação pode contribuir para o desenvolvimento económico?

A inovação é fundamental como o desenvolvimento económico nacional. Inovação é sinónimo de diferenciação e é para isso que temos de trabalhar, para sermos diferentes dos demais e termos a possibilidade nos afirmarmos no panorama europeu e mundial. Temos de encontrar o nosso espaço de eleição, tal como outros países já o fizeram. Depois de o encontrarmos temos de o explorar e promover. Acredito que a aposta nas indústrias culturais e criativas pode ser fundamental para a recuperação económica de Portugal.

Qual o papel da arquitectura, do património e do design neste festival?

A arquitectura, como actividade e indústria criativa tem, naturalmente, um papel de destaque no Festival IN. O primeiro dia será o dia da Arquitectura, com a conferência Lens Get Closer 3-3-30, a 6ª edição dos ‘Prémios Construir 2013’, distinções de referência do sector, onde se destacam os melhores de Portugal nas categorias e Arquitectura, Construção, Engenharia e Imobiliário.

A Fundação AIP, consciente do seu compromisso para com as empresas e empreendedores portugueses, criou este festival para que pessoas de diversos quadrantes tenham um espaço de aprendizagem, interacção, networking  e partilha de experiências.

Durante quatro dias autores, artistas, pintores, produtores, músicos, publicitários, designers, programadores informáticos, enfim, criadores, sonhadores e empreendedores vão estar num único local para promoção dos seus negócios e projectos. Tanto para o sector da arquitectura, como para qualquer um dos outros 14 sectores representados no Festival IN, o objectivo é o de potenciar o processo de internacionalização das indústrias criativas e culturais portuguesas.

Quais as expectativas?

De facto, pretende-se potenciar e impulsionar a abertura de novos caminhos para os Sectores Culturais e Criativos, como núcleo da Economia Criativa, tão importante para o desenvolvimento e a sustentabilidade da economia portuguesa. Estamos convictos que o Festival IN fará nascer negócios que perdurarão no tempo e criará condições para que, no futuro, novos negócios venham a nascer, num efeito que se pretende multiplicador e imparável.

Este efeito terá ainda impacto muito marcante e duradouro sobre um sector que continuará a ser determinante para a economia nacional e da Região – o Turismo. Turismo cultural, gerado pela oferta que as indústrias criativas colocarão à disposição do público, e turismo de negócios, pelas oportunidades e infra-estruturas que tenderão a ser cada vez mais diversificadas e requintadas. Pelo efeito de capacitação que resultará das diversas iniciativas programadas, prevê-se (sem quantificação possível neste momento) a multiplicação de iniciativas em torno do tema e abrangendo a quase totalidade dos subsectores representados.