Fotografando e deambulando pelo Palácio de Versailles
A fotógrafa Manuela Marques passou dois anos e meio a observar "por detrás do aparato" do luxo do Palácio de Versailles, em Paris, e captou imagens que são mostradas pela primeira vez na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
"Manuela Marques em Versailles - A face escondida do sol" é o título desta exposição, que é hoje inaugurada, com 28 fotografias, e abre ao público na sexta-feira.
Desde 2014 que Manuela Marques foi autorizada a passar as segundas-feiras a captar imagens no palácio e parque de Versailles, fechado ao público nesses dias.
A fotógrafa portuguesa radicada em Paris percorreu o espaço que abrigou o luxo e a opulência do antigo regime francês, desde Luís XIV, o Rei Sol, até Luís XVI, numa série inédita que apresentada agora na Fundação Gulbenkian.
"Versailles é uma espécie de vertigem de espaço infinito, onde uma pessoa se perde, e, ao mesmo tempo, sente que está sempre no mesmo sítio, a ver a mesma coisa, a mesma forma", disse a artista aos jornalistas, na visita guiada.
Nas 28 fotografias há detalhes que habitualmente os visitantes não veem, pois a artista afastou, por exemplo, grandes cortinas para captar "o que está por detrás do aparato do luxo", por exemplo, nas janelas, recantos, reflexos e atmosferas.
"Ver tudo aquilo foi bastante comovente", comentou a artista, nascida em 1959, e que vive e trabalha em Paris.
A exposição foi alargada às galerias de arte francesa do século XVIII do Museu Gulbenkian, onde foram colocadas obras de ourivesaria, mobiliário, pintura, têxteis, porcelanas e arte do livro, muitas das quais encomendas régias e da nobreza francesa entre os reinados de Luís XIV e Luís XVI, no âmbito do ciclo Conversas.
Manuela Marques tem exposto com regularidade desde o início da década de 1990, e, em 2011, foi distinguida com o prémio BES Photo, em Portugal.
Lusa/DI
