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Cortiça reforça ligação do material às artes na Bienal de Veneza

24 de junho de 2017

Leonor Antunes volta a seleccionar um pavimento Wicanders da Amorim a para uma instalação apresentada numa das mais importantes mostras de arte internacional.

O trabalho dos arquitectos italianos Carlo Scarpa e Franco Albini é o mote da inspiração de Leonor Antunes para a concepção de uma instalação para a 57º Bienal de Veneza, que decorre até 26 de Novembro, no centro histórico de Arsenale, em Veneza. Para o efeito, a artista portuguesa escolheu um pavimento com visual de cortiça da Wicanders, colocado ao longo de 100 m2, num projecto artístico em que Leonor Antunes homenageia as remodelações realizadas pelos dois conceituados arquitectos em diversos museus italianos, assim como em outros edifícios com ligações à cultura e às artes.

"A cortiça está a ganhar terreno como uma opção responsável, que agrega performance técnica e versatilidade estética, como comprova a sua utilização em diversos museus de arte contemporânea, em diferentes países do mundo", revela Pedro Maria Pinho, director de Marketing da Amorim Revestimentos.

A instalação de Leonor Antunes é o resultado de uma longa pesquisa sobre os arquitectos italianos Carlo Scarpa (1906-1978) e Franco Albini (1905-1977) que, juntos, revolucionaram a forma através da qual as novas gerações visitam os museus. Como refere esta conceituada artista portuguesa "as minhas visitas a vários desses museus tornaram-se o ponto de partida para esta nova instalação, na qual algumas peças são inspiradas em padrões e outros elementos que Scarpa e Albini usaram nas suas remodelações."

Numa bienal desenvolvida em torno do tema "Viva Arte Viva", Leonor Antunes renova o conceito de um pavimento criado por Carlo Scarpa para o cemitério San Vito d'Altivole, em Treviso. No entanto, face ao projecto original, em que o arquitecto utilizou cobre e pedra para o corredor principal do mausoléu, a artista portuguesa alargou a escala dessas linhas e aplicou-as na cortiça, com o intuito de proporcionar um ambiente mais natural e mais aconchegante.

Leonor Antunes justifica a seleção da cortiça pelo facto de "ser um material produzido essencialmente em Portugal, conferindo também ao projeto mais um elemento diferenciador e sustentável".

Depois da experiência no Museu de Arte Contemporânea, esta é a segunda vez que, num curto espaço de tempo, Leonor Antunes escolhe um pavimento com visual de cortiça Wicanders para materializar a sua visão criativa. Também na Bienal de Veneza, a artista apresenta um conjunto de esculturas suspensas sobre o pavimento que reforçam o apelo único da cortiça e a forma como esta se interliga harmoniosamente com materiais como o couro e o latão, de utilização recorrente nos seus trabalhos.

Nascida em Lisboa em 1972, reside em Berlim desde 2004. O trabalho de design de Leonor Antunes é conhecido pela sua afinidade com o modernismo e pelos seus padrões geométricos específicos, bem como por formas e estruturas que foram particularmente valorizadas pelos arquitectos e designer do início do século XX.