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Wall Street Journal indica Portugal como bom destino para investir

24 de outubro de 2016

O reconhecido jornal norte-americano The Wall Street Journal, revelou que os investidores de imobiliário comercial estão a olhar com interesse para países como Portugal e Espanha.

Num artigo publicado ontem, o jornal indica que o mercado mobiliário comercial europeu está a mudar, com as cidades mais 'quentes' da Europa a esfriar e outros locais a despertar o interesse dos investidores. Londres foi sempre um dos destinos favoritos dos investidores, juntamente com Paris e as maiores cidades da Alemanha. Mas depois de anos de grande procura fazendo subir os valores da propriedade nestas cidades, os retornos estão a diminuir e os investidores estão a voltar atrás. "A maioria dos principais mercados  da Europa têm preços consideravelmente altos e o retorno do investimento não é fácil", revela Walter Boettcher, director de pesquisa da Colliers International.

43,7 mil milhões de euros de investimento nos primeiros nove meses do ano

O jornal avança ainda que no geral, o investimento europeu imóvel comercial foi de 43,7 mil milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, uma queda de 30% em relação ao mesmo período de 2015, de acordo com a pesquisa da Real Capital Analytics. O Reino Unido liderou o declínio, em parte por causa da prudência entre os investidores, tanto antes como depois da votação da Grã-Bretanha para sair da União Europeia. A Alemanha e a França também viram decair os investimentos de forma significativa.

Contudo, o investimento em alguns países, incluindo Espanha, Polónia, Países Baixos e Suécia, foi superior em relação ao ano passado. O investimento em imóveis comerciais caiu 47% no Reino Unido, 35% na Alemanha e 32% na França. Em contrapartida, subiu 20% na Polónia, 9% nos Países Baixos e da Suécia e 6% em Espanha.

Também Marcus Lemli, chefe de investimento europeu da consultora imobiliária Savills PLC, salienta que grandes propriedades e carteiras de participações imobiliárias "ainda estão a chegar ao mercado" nas economias menores, que incluem também a Áustria e a Irlanda. Essas oportunidades tornaram-se mais raras no Reino Unido, na Alemanha e na França.

"Londres ainda pode valorizar a longo prazo", admite Richard Gwilliam, responsável pela consultoria na sede em Londres M & G Real Estate. Contudo, adianta que muitos investidores estão à procura de outros locais, incluindo outras cidades no Reino Unido como Birmingham ou Manchester, ou outros países que foram mais lentos para se recuperar da crise financeira de 2008 e a subsequente crise do euro, esclarece.

Existem oportunidades mais sólidas em Madrid, Barcelona e Lisboa

Por exemplo, a Espanha e Portugal estão entre os países que mais sofreram durante a crise do euro, revela Gwilliam. Mas agora, com rendas a subir e as suas economias a melhorarem, existem oportunidades mais sólidas em Madrid, Barcelona e Lisboa, diz ele. "Há um elemento de recuperação nestes mercados".

"Ainda existem preocupações em toda a Europa. O Brexit faz parte de um ambiente politicamente volátil em todo o continente. O crescimento económico europeu continua a ser lento. Alguns investidores estão preocupados que a forte saída decorrente de taxas de juro baixas poderá originar bolhas nos mercados imobiliários", refere o Wall Street Journal.

Mas, por agora, pelo menos, as baixas taxas de juro continuam a atrair investidores para o imobiliário europeu, explica Neil Blake, chefe de pesquisa para a Europa, Oriente Médio e África da consultora imobiliária CBRE. Como o Banco Central Europeu deverá manter as taxas de juro baixas, "há uma procura por rendimento e os investidores estão dispostos a olhar para mais longe", salienta.