CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Reabilitacao

 

 

Santarém recebe 6,58 M€ de fundos comunitários

29 de setembro de 2016

Santarém vai receber 6,58 milhões de euros de fundos comunitários para realizar 28 projectos de intervenção urbana, num investimento global de 7,74 milhões que a autarquia acredita ir “dar corpo à visão estratégica” que tem para o concelho.

Luís Farinha, vereador da Câmara de Santarém com o pelouro do Urbanismo e Ordenamento do Território, disse à agência Lusa que o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), documento que elenca as intervenções apoiadas por fundos do Portugal 2020, acabou, no âmbito da negociação realizada no seio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR Alentejo), por contemplar cerca de metade dos projectos ambicionados pelo executivo municipal.

Contudo, as 28 intervenções a realizar em três áreas – reabilitação urbana, apoio a comunidades desfavorecidas e mobilidade – permitirão “dar corpo à visão estratégica para o concelho” que começou a ser delineada na revisão do Plano Director Municipal (PDM) e que aponta para três áreas de referência, nomeadamente, a agricultura e agroindústria, o património (monumental e paisagístico) e o turismo (assente na cultura e na gastronomia).

“São três eixos que balizaram as nossas orientações”, disse, sublinhando que são factores endógenos do território, já identificados antes em vários documentos de ordenamento do território, nacionais, regionais e locais.

 

Observatório de Gastronomia...

 

Uma das primeiras obras a avançar será a reabilitação do mercado municipal de Santarém, um projecto de 1,1 milhões de euros que manterá a vocação do espaço, virada para a produção local e biológica, e aproveitará a beleza do edifício (obra do arquiteto Cassiano Branco, de 1930) para incluir oferta turística (posto de informação, restaurante, venda de artesanato e de produtos regionais).

A incubadora de artes instalada na antiga escola básica do Salvador, que se insere na estratégia de “refuncionalização” e dinamização do centro histórico através da instalação de projectos de “indústria criativa”, vai igualmente sofrer melhoramentos.

A constituição do Observatório da Gastronomia é um dos projectos previstos para as instalações da antiga Escola Prática de Cavalaria, onde decorrerão intervenções nas paradas e no polo equestre (a reabilitar para trazer para a cidade um símbolo que faz parte do seu imaginário e que irá complementar a oferta turística), afirmou.

 

Apoio a comunidades desfavorecidas...

 

Luís Farinha disse à Lusa que estas intervenções na antiga EPC (que o município conseguiu integrar na Área de Reabilitação Urbana) são articuladas com a criação do Museu da Liberdade, já contemplado com fundos comunitários.

O plano para a regeneração urbana (com um total de 4,4 milhões de euros) inclui ainda a requalificação da Casa do Relojoeiro, junto à Torre das Cabaças, onde funciona já o Museu do Tempo, e de espaços públicos, a começar com a reposição de elementos que se foram degradando no Largo do Seminário, a primeira obra a avançar, seguindo-se os largos Infante Santo, em frente à EPC e próximo dos Paços do Concelho (cujo edifício também beneficiará de melhorias), de Marvila, das Alcáçovas, Ramiro Nobre, Pasteleiros, Álvares Cabral e o miradouro na encosta de Santa Margarida.

A vertente da Acção Integrada para as Comunidades Desfavorecidas destina-se aos bairros ribeirinhos do Tejo, Alfange e Ribeira de Santarém, num total de nove projectos (1,7 milhões de euros) que irão permitir a reabilitação de habitação social, a criação de uma “oficina criativa” (em Alfange) ou de um equipamento multiusos (na Ribeira), entre outras.

No âmbito da mobilidade, os quatro projetos financiados (1,6 milhões de euros) preveem a melhoria do piso nas ruas do centro histórico, o alargamento do projecto de bicicletas partilhadas e da ciclovia até ao complexo aquático, e ainda a requalificação da avenida Afonso Henriques, projecto praticamente pronto a avançar.

“Não é o que gostaríamos, mas foi o possível” numa negociação em que todos os concelhos tiveram de fazer concessões, disse.

Para Luís Farinha, apesar de contemplar apenas cerca de metade dos projectos desejados, o PEDU “pode ser uma boa alavanca para a regeneração do centro histórico” de Santarém.