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Santa Clara: Casas senhoriais ganham brilho d’outros tempos

26 de abril de 2017

O Campo de Santa Clara, em Lisboa, o grande largo onde todas as terças-feiras e sábados palpita de bulício a tradicional “Feira da Ladra”, está a tornar-se uma das novas zonas ‘chiques’ da capital. Os palácios, palacetes e casas senhoriais ali existentes, durante muito tempo esmorecidos por falta de manutenção, abandono e degradação, ganham brilho e esplendor nunca vistos.

 

Casa dell’Arte Lisbon

A mais recente «novidade» localiza-se no n.º 125, mesmo ao lado da Messe de Oficiais das Forças Armadas, que ocupa há décadas o soberbo Palácio de Barbacena, que faz esquina com a Rua da Verónica. 

A iniciativa é da empresária turca Ahu Büyükkusoglu Serter que, segundo o Dinheiro Vivo, “tem no total 20 milhões de euros para investir no país”.

Com 43 anos de idade e herdeira “de uma das maiores e mais valiosas colecções de arte da Turquia”, a empresária está a investir cerca de 2 milhões de euros num novo mini-hotel de luxo da sua cadeia Casa dell’Arte Hotel of Arts & Leisure.

A cadeia possui já quatro unidades hoteleiras na paradisíaca baía de Torba, em Bodrum, na Turquia, além de um magnífico yacht. A unidade de Lisboa será, pois, a primeira estrutura de hospedagem do grupo fora da Turquia.

Casa dell’Arte Lisbon deverá abrir no mês de Junho e disporá de apenas 6 suites de luxo. O imóvel do número 125 do Campo de Santa Clara, cuja construção data de 1783 e possui uma notável fachada coberta de azulejos do século XIX e vista privilegiada para o PanteãoNacional e rio Tejo, está em obras de reabilitação.

A unidade hoteleira contará com uma galeria para exposições, um café (abertos ao público) e uma biblioteca especializada em arte. Obras de pintura e escultura estarão um pouco por todo o imóvel, ou não fosse a Arte o elemento distinto desta original cadeia hoteleira.

 

O “Santa Clara 1728”

Ao lado da futura Casa dell’Arte Lisbon, no n.º 128 do Campo de Santa Clara, abriu em Dezembro passado também uma requintada unidade de hospedagem. Trata-se do Santa Clara 1728, com 6 espaçosas suites, de 50 e 70 m2, propriedade do grupo familiar liderado pelo hoteleiro João Rodrigues, que possui já 3 pequenas unidades na Comporta e uma em Montemor-o-Novo. O projecto de reabilitação do imóvel do início do séc. XVIII teve a assinatura do arquitecto Manuel Aires Mateus.

Um jardim isolado proporciona momentos de meditação ou leitura tranquila e os hóspedes são “convidados a compartilhar uma mesa de jantar comum, onde tudo acontece em torno de horas de refeição ... ..como em casa”.

 

O Palácio Sinel de Cordes e o antigo Hospital da Marinha…

O Palácio Sinel de Cordes, cuja origem remonta também ao séc. XVIII e que é sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa desde 2012, tem vindo a ser reabilitado por aquela organização, embora lentamente, ao ritmo das dispobilidades de tesouraria da organização e da manifestação de boas-vontades várias. Trata-se de uma imóvel com uma traça notável, e uma localização ímpar, fronteiro ao belo Jardim Botto Machado.

Outros exemplos há de reabilitação no Campo de Santa Clara e outros estarão em vias de virem a arrancar, caso por exemplo do antigo Hospital da Marinha. O elegante imóvel, junto ao Panteão Nacional, foi vendido em Abril de 2016 por 17,9 milhões de euros na hasta pública promovida pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças, no âmbito da 3ª edição da Semana da Reabilitação Urbana a um investidor privado de origem francesa.