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Real Vinícola recebe a Casa da Arquitectura

16 de outubro de 2017

Foram necessários 10 milhões de euros para reabilitar o antigo edifício da Real Vínicola, em Matosinhos, para receber a 17 de Novembro a Casa da Arquitectura. 

Quando se fala em reabilitação, a arquitetura está implícita. Na verdade, esta profissão foi uma das mais afetadas com os momentos difíceis que o setor viveu durante a crise. Com a dinamização da reabilitação urbana, os arquitectos também beneficiaram com isso e a ligação é tão estreita que a Casa da Arquitetura, criada em 2007, vai brevemente transferir a sua atividade para o edifício da antiga Real Vinícola, em Matosinhos, cuja obra de requalificação se encontra já numa fase avançada de execução. A inauguração está prevista para o próximo dia 17 de novembro.

A Casa da Arquitectura vai ocupar o quarteirão limitado pela Av. Menéres, R. Mouzinho de Albuquerque, R. Sousa Aroso e R. D. João I. O edificado em vias de total recuperação e adaptação integram a antiga instalação fabril edificada entre 1897 e 1901 pela sociedade Menéres & Companhia, destinada à Real Companhia Vinícola.

Adquirido pela autarquia em 2000, o edifício da “Real Vinícola” foi classificado como monumento de interesse público e alvo de um intenso programa de reabilitação de forma a adequar o edifício às suas novas funções. O investimento total foi de 10 milhões de euros.

Para a autarquia, “a sua preservação e adaptação deve-se ao elevado valor patrimonial e cultural. Patrimonialmente é um modelo de inspiração e tradição inglesa, onde existiu a primeira tanoaria a vapor da região. Um ramal da linha de caminho-de-ferro ligava-a às docas do Porto de Leixões para expedição e exportação da produção. O pátio central surge como uma Plaza Mayor, qualificando-o e vocacionando-o para usos colectivos”. O imóvel integra o Plano de Urbanização de Matosinhos Sul, da autoria de Álvaro Siza.

O arquiteto Nuno Sampaio o mentor deste projeto, revela que é tornar realidade um sonho com uma década, um espaço para debater a arquitetura e levá-la à grande população. Fechar um triângulo na área Metropolitana do Porto, com a Casa da Música, a Casa de Serralves e agora com a Casa da Arquitetura. “ E neste caso, não foi necessário esperar pelo Estado para ser construída, é mérito da Câmara Municipal de Matosinhos”, refere o arquiteto.

A Casa da Arquitetura surge na opinião de Nuno Sampaio por três motivos: Pela excelência da arquitetura portuguesa, que em nenhuma outra área tem esta projeção internacional; o investimento da autarquia de Matosinhos e pelo facto de que a arquitetura ser a parte mais visível de um setor de excelência que é o da construção e que representa 7% do PIB nacional.

As futuras instalações da Casa da Cultura ocupam uma área de 4.700 m2. As áreas públicas destinadas a exposições e apresentações, com auditório, biblioteca e loja representam 36% do espaço, as de conservação e manutenção 38% e as de gestão e produção interna 10%. Os usos comuns correspondem a 16% da sua superfície.

Uma das grandes inovações da Casa da Arquitetura é o facto de ter no mesmo espaço, arquivos de arquitetura e zonas expositivas. “É um passo muito grande este que estamos a dar. Um arquivo é fundamental para esta disciplina e para os profissionais desta área. Existe uma lacuna neste tipo de oferta e que é necessário para os investigadores. Claro que para um projeto de reabilitação do espaço os cuidados a ter são também mais especifícos para que se possa preservar os documentos. Mas era fundamental termos este arquivo que irá ocupar 1.000 m2”, explica Nuno Sampaio.

O responsável adianta ainda que a nível de programação já existe para mais de um ano. A primeira exposição com o tema ‘Poder Arquitectura’, tem como curadores Jorge Carvalho, Ricardo Carvalho e Pedro Bandeira e o primeiro programa de actividades terá o nome de ‘Please Share!’ com curadoria de Roberto Cremascoli.