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Lisboa: Zona do Intendente é “oportunidade de negócio”

8 de abril de 2017

A requalificação feita nos últimos anos na zona do Intendente, em Lisboa, tornou este num local atractivo para investidores imobiliários, que veem ali uma “oportunidade de negócio” para reabilitar edifícios e vendê-los ou colocá-los no alojamento local.

Em declarações à agência Lusa, o responsável pela imobiliária ERA em Alfama/Graça, Gonçalo Ferreira, explicou que quando começou a trabalhar no Intendente, há 14 anos, “a procura era muito diminuta e era uma zona para onde ninguém queria ir”.

A situação mudou com a transformação do Intendente, na freguesia de Arroios, o que levou a que “a procura fosse progressivamente crescendo”, apontou.

Em meados de abril de 2011, o ex-presidente da Câmara de Lisboa e actual primeiro-ministro, António Costa, instalou o seu gabinete no Largo do Intendente com o intuito de promover a requalificação da zona, tendo aí ficado até março de 2014.

 

1.500 a 3.000 euros/m2

“Hoje em dia, é uma zona que está perfeitamente integrada em toda a zona histórica, […] que tem uma forte procura, uma forte dinâmica e onde encontramos clientes que procuram para várias finalidades”, indicou Gonçalo Ferreira.

Apesar deste “espectro muito vasto de procura”, desde privados a sociedades comerciais nacionais e estrangeiras, são essencialmente os “investidores que procuram edifícios ou apartamentos para reabilitar e recolocar no mercado ou de venda ou para o alojamento local”, explicou.

No que toca aos preços de imóveis por reabilitar, os valores variam entre os 1.500 e os 3.000 euros por metro quadrado, enquanto os preços dos imóveis já reabilitados vão dos 3.000 aos 5.000 euros por metro quadrado.

“Face a outros bairros do centro histórico, se pensarmos em Alfama ou no Chiado, estaremos seguramente 15% a 20% abaixo dos valores que são praticados para imóveis equivalentes”, observou Gonçalo Ferreira, classificando a zona do Intendente como uma “oportunidade de negócio”.

 

Falta arrendamento de longa duração

Relativamente à dimensão dos edifícios, são pequenos, tendo entre quatro a oito fracções.

A área dos apartamentos varia entre os 25 metros quadrados e os 100 metros quadrados, mas grande parte dos que ali existem tem menos de 50 metros quadrados.

Ainda assim, são poucas as frações destinadas a habitação.

 “Todos os dias temos procura para arrendamento, de pessoas que querem residir, mas como os imóveis estão a ser colocados sobretudo para o mercado do alojamento local, é difícil encontrar apartamentos de [arrendamento de] longa duração nesta zona da cidade”, admitiu Gonçalo Ferreira.

 

O balanço da autarquia…

Em detrimento da construção nova, o que ali se verifica é a reabilitação de edifícios que estavam muito degradados.

Em resposta escrita enviada à Lusa, a Câmara de Lisboa explica que, entre 2011 e Abril deste ano, foram registados sete pedidos de licenciamento para obras de reabilitação urbana no Intendente.

Quanto a edifícios devolutos e em ruína, a autarquia aponta que, em toda a freguesia de Arroios, “existem 11 edifícios que se encontram totalmente devolutos”.

“No entanto, nesta área, não foram declarados edifícios em estado de ruína”, acrescenta.

O município assinala ainda que, em 2016, foram várias as obras delegadas na Junta de Arroios, como intervenções na Calçada do Conde Pombeiro, nas escadarias da Rua da Ilha do Pico, da Rua Cidade de Manchester e da Calçada Nova do Colégio e ainda nos arruamentos adjacentes à Vila Leonor (travessas de São Bernardino e das Recolhidas), num total de 301.688,64 euros.