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1,5 M€ para requalificar santuário em Viana do Alentejo

21 de abril de 2017

O Santuário de Nossa Senhora d’Aires, em Viana do Alentejo, classificado como Monumento Nacional, vai ser alvo de um projecto de conservação, requalificação e musealização, num investimento elegível de 1,5 milhões de euros, com apoios comunitários.

“É um projecto muito importante. Há urgência em conservar o santuário”, que “é um dos que tem mais movimento, na zona sul do país”, e constitui “o principal centro de atracção turística do concelho”, realçou à agência Lusa o padre Manuel Manso, pároco de Viana do Alentejo, no distrito de Évora.

Monumento Nacional desde 2012, o santuário, de traça barroca com elementos rococó, situa-se a dois quilómetros da vila e é espaço de devoção e de romaria, conservando uma colecção de ex-votos “de excepcional valor, pelo carácter iconográfico da religiosidade popular”, explicou a câmara municipal.

O projecto de conservação, requalificação e musealização do espaço foi candidatado ao programa operacional Alentejo 2020, tendo sido aprovada uma comparticipação comunitária de 75% através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

A Câmara de Viana do Alentejo, anunciou ter estabelecido um protocolo, pela duração de quatro anos, com a Fábrica da Igreja Paroquial para apoiar 7,5% do investimento, o que envolve a atribuição de 112.500 euros.

“Estamos a fazer todo o trabalho para que o concurso respeitante às obras possa abrir ainda este mês ou em Maio”, disse à Lusa o pároco, acrescentando que está previsto o início da empreitada “ainda em Agosto ou Setembro, dependendo do andamento” desse procedimento.

As obras, que deverão durar “à volta de dois anos”, contemplam conservação e restauro do património móvel e imóvel, valorização paisagística, promoção e revalorização cultural do santuário e a sua integração e articulação nos circuitos turísticos do Alentejo.

O objectivo é “solucionar os riscos e insuficiências ao nível da conservação, salvaguarda, recepção, fruição e oferta cultural deste importante centro religioso, tornando-o mais atractivo e funcional”, referiu a CCDR Alentejo.

“Há necessidade de proceder ao restauro interior e exterior do santuário”, nomeadamente “ao nível da pintura e dos frescos”.

A empreitada vai, igualmente, permitir “resolver infiltrações nas paredes e tectos”, disse o pároco, acrescentando, como exemplo, que também as casas dos romeiros “vão ser arranjadas para acolherem peregrinos” e que a colecção de ex-votos, sobretudo “os mais antigos”, vai ser “alvo de restauro”.

O actual santuário, datado de 1743 (substituiu o primitivo), é considerado o maior templo do sul do país. Segundo a tradição, o culto a Nossa Senhora d'Aires começou em 1748, quando grassou em Évora uma epidemia. Os comerciantes da cidade prometeram uma festa em honra de Nossa Senhora d'Aires se a epidemia fosse debelada e, como tal aconteceu, a promessa foi cumprida e a festa decorreu durante três dias.

Lusa/DI