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REVIVE: Casa de Marrocos dá origem ao Hotel do Templo

11 de outubro de 2018

A Casa de Marrocos, monumento nacional na aldeia histórica de Idanha-a-Velha, na Beira Baixa, vai dar lugar ao Hotel do Templo.

O concurso vai ser lançado pelo Programa REVIVE e é o 9.º dos 33 imóveis históricos sem uso que o programa conjunto dos ministérios da Economia, Cultura e Finanças, pretende valorizar e recuperar, reforçando a atractividade dos destinos regionais e o desenvolvimento de várias zonas do país.

A casa pertencia à família latifundiária dos Marrocos e viria a ser comprada pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova após décadas de abandono e ruína.

A sua recuperação, no âmbito do programa Revive, é considerada “uma das âncoras da recuperação do conjunto arquitectónico e arqueológico de Idanha-a-Velha” - afirmou ontem na apresentação do concurso o Presidente da autarquia de Idanha-a-Nova, Armindo Palma Jacinto.

A aldeia tem hoje menos de cem habitantes mas mantém ainda vestígios bem-conservados de diversas épocas. Construída pelos Romanos no século I a. C. tornou-se um importante município na época, tendo sido mais tarde sede episcopal sob domínio suevo e visigótico, ocupada pelos muçulmanos no século VIII, reconquistada pelos cristãos no século XII e doada aos Templários no século XIII.

O concurso vai ser publicado em breve no Diário da República, prevê uma concessão durante 50 anos e uma renda anual base de licitação de 25 mil euros. O investimento de reabilitação será feito pelos promotores da proposta vencedora, que deverá atender a importantes pontos de ponderação, como as questões ambientais e as questões culturais - segundo informa o Jornal do Fundão. Segundo aquele órgão de informação, “a primeira fase do concurso vai decorrer durante 60 dias, prorrogáveis por mais 60, e haverá depois uma fase final de 80 dias”.

O projecto do concurso prevê o aproveitamento turístico da Casa Marrocos para a concretização de um Hotel de Charme com 45 quartos, numa área total de 5740 m2.

“O que queremos é encontrar bons parceiros, um bom promotor que seja nosso parceiro a contar as histórias desta ‘cidade’, e que aproveite uma região perfeitamente única que é da ruralidade, que assume essa condição, num território que está a meio caminho entre Lisboa, Porto e Madrid. Estamos suficientemente perto para apanhar um avião para o mundo e o suficientemente longe para ter a tranquilidade melhor do mundo”, argumentava ontem Armindo Jacinto, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, na apresentação do projecto.

Uma Casa com História

A Casa dos Marrocos levou anos a ser construída, mas nunca chegou a ser concluída nem habitada. Foi mandada construir pelo último morgado de Idanha-a-Velha, de seu nome António Marrocos, em meados do século passado. Mandou construir uma casa apalaçada de grande dimensão, tendo segundo contam as crónicas contratado um arquitecto italiano e um dos mais reputados artistas de esculpir pedra, Domingos Cartola.

António Marrocos viria a morrer em 1957 e com ele morreu também o projecto megalómano de construção do seu grande solar.

A casa apresenta um notável trabalho de pedra nas cantarias e varandas e uma galeria no primeiro piso, à semelhança das grandes casas agrícolas da Beira Baixa e do Alto Alentejo. Integra diversas construções agro-pecuárias em volta de pátios que formam um grande quarteirão fechado.