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Palácio Nacional da Ajuda ficará concluído em Dezembro de 2018

19 de setembro de 2016

A construção do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, incompleta há mais de 221 anos, ficará concluída em Dezembro de 2018, para acolher um museu com as joias da coroa portuguesa, como o DI ontem anunciou.

O projecto de conclusão do palácio é da autoria do arquitecto João Carlos Santos e não de Gonçalo Byrne como referimos na notícia ontem divulgada, custará 15 milhões de euros, dos quais 11 milhões de euros (ME) serão investidos pela autarquia de Lisboa e pela Associação de Turismo de Lisboa (ATL).

Hoje, foi assinado pelo ministro da Cultura o protocolo para dar início à finalização do edifício. António Costa falou de "um dia histórico", por se poder concluir um edifício mais de dois séculos depois de ter sido iniciado.

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, afirmou que este será um projecto de gestāo partilhada entre o ministério, a autarquia e a ATL: A gestão museológica e científica será da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), enquanto a cobrança de bilhetes, receitas e gestão turística ficará a cargo da ATL.

Aos jornalistas, o presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, explicou que as receitas geradas pelo espaço museológico serão repartidas de forma equitativa entre aquelas duas entidades.

Castro Mendes afirmou que a expectativa é que a exposição permanente das joias da Coroa tenha mais de 200 mil visitantes anuais. Aos jornalistas explicou que a criação deste novo espaço museológico "vai contribuir para que o eixo [Belém-Ajuda] se alargue efectivamente à Ajuda, indo exponenciar  a visita a este espaço".

Dos 11 milhões de euros de investimento por parte da autarquia e da ATL, seis milhões de euros serão provenientes da cobrança da taxa turística em Lisboa, que, pela primeira vez, serão aplicadas na área da cultura e do património.

Os restantes quatro milhões de euros (que prefazem o total dos 15 ME) serão aplicados pelo ministério da Cultura, utilizando verbas da indemnização pelo roubo das joias da Coroa portuguesa, em Dezembro de 2002, numa exposição na Holanda.

Aos que criticaram a criação daquela taxa turística na cidade, Fernando Medina respondeu hoje: "As taxas e taxinhas vieram e foram elas que acabaram a obrazinha".

A primeira pedra do Palácio Nacional da Ajuda foi colocada em novembro de 1795, mas o edifício - um dos maiores palácios da Europa - nunca chegou a ser concluído.

Ao longo de dois séculos foram vários os projectos arquitectónicos para o edifício, sendo agora finalizado com uma "fachada contemporânea e de linhas verticais", como descreveu o arquitecto João Carlos dos Santos.

É na ala poente do palácio que ficará o espaço museológico com milhares de exemplares das joias da coroa e tesouros da ourivesaria da Casa Real; um acervo que ficará exposto numa caixa forte protegida com um sistema integrado de segurança.

O acervo conta com 900 exemplares de joias reais, 830 joias de uso corrente, 4694 pratas utilitárias e decorativas, 172 peças de ordens e condecorações e vasta documentação e iconografia.

A adjudicação da obra está prevista para o segundo semestre de 2017 e estima-se que a conclusão seja em dezembro de 2018.

 

Quem é o arquitecto João Carlos dos Santos?

 

João Carlos dos Santos é um arquitecto de renome na área da reabilitação de edifício históricos, tendo-lhe sido outorgada a “Alta Comenda” do Prémio Europa Nostra 2010, com o projecto de recuperação e reabilitação do Mosteiro de Tibães.

É licenciado em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa e mestre em Restauro Arquitectónico pela Escuela Técnica Superior de Arquitectura de La Coruña. Integrou o Instituto Português do Património Arquitectónico. Leccionou no Curso de Arquitectura da Escola Superior Artística do Porto exercendo actualmente actividade docente no curso de Arquitectura da Universidade Lusófona do Porto e no Curso de Arquitectura da Universidade Católica de Viseu.

É autor de vários projectos de arquitectura de raiz e na área do restauro, recuperação e reabilitação.