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Merlin Properties resiste à pandemia mantendo a ocupação total dos seus activos

30 de julho de 2020

A Merlin Properties encerrou o primeiro semestre com uma faturação de 259,4 milhões de euros. Mesmo em tempo de pandemia, o grupo espanhol resisitiu sem nenhuma insolvência dos seus inquilinos. 

Na apresentação dos seus resultados dos primeiros seis meses do ano, o grupo alcançou um EBITDA de 184,1 milhões de euros e um lucro operacional (FFO) de 134,3 milhões de euros. O lucro líquido consolidado segundo a IFRS ascende a 70,9 milhões de euros, não comparável com o exercício anterior por factores extraordinários (activos vendidos e menor revalorização de activos este ano do que no ano passado). Excluindo extraordinários, o lucro líquido é de 87,2 milhões de euros, 30% inferior ao primeiro semestre de 2019 (124,3 milhões de euros). A ocupação da carteira resiste ao efeito Covid-19 e mantém-se nos mesmos níveis que antes do surto da pandemia, alcançando 93,9%, o que demonstra a sua qualidade e a solidez dos arrendatários.

A carteira de activos alcança um valor bruto (GAV) de 12.755 milhões de euros, em linha com Dezembro de 2019 (+0,2%). Por categoria de ativos, a valorização de escritórios e logística continua em crescimento devido ao aumento das rendas, net leases mantêm os mesmos valores e os centros comerciais caem 4,7%. O valor líquido dos activos ascende a 7.365 milhões de euros (15,68 euros por acção), um aumento de 3,8% no último ano.

De acordo com a Merlin Properties, a empresa continua a gerir activamente o seu balanço da situação, que, após a emissão e recompra de títulos de dívida recentemente realizada, situa o nível de endividamento (“LTV”) em 40,5% (40,6% em Dezembro de 2019), com uma posição de liquidez superior a 1.200 milhões de euros e sem vencimentos de dívida até Maio de 2022. O prazo médio da dívida foi alargado para 6,5 anos.

Escritórios

Evolução do negócio: Bom comportamento durante o semestre, com uma subida em rendas like-for-like de 4,0%. Foram assinados contratos de 187.330 m2, dos quais 147.909 m2 foram assinados durante o segundo trimestre, no difícil contexto pós-COVID. Os contratos com novos inquilinos foram assinados acima das rendas do mercado e as renovações foram feitas a preços elevados, alcançando um release spread de 2,7% no semestre.

A ocupação encontra-se nos 90,9%, muito em linha com a alcançada antes do impacto da COVID (91,4% em destaques do semestre são os contratos assinados em dois dos projectos mais emblemáticos, Castellana 85 em Madrid e Monumental em Lisboa, ambos em construção e com entrega prevista para o primeiro trimestre de 2021. Castellana 85 será a sede de uma consultora de renome mundial e de uma empresa de engenharia espanhola. O Monumental será a sede central do banco BPI (grupo CaixaBank).

Centros comerciais

Evolução do negócio: Para os inquilinos retail, a Merlin Properties lançou uma política comercial com descontos nas rendas de 100% durante os meses em que as lojas estiveram encerradas. Nos meses seguintes à reabertura, a Merlin ofereceu incentivos desde Junho, decrescendo até Dezembro (60% / 10%). A política foi recebida de forma muito positiva pelos inquilinos, tendo sido aceite até hoje por mais de 92% dos clientes retail. Como contrapartida, os clientes estenderam os seus contratos até 2022, protegendo a ocupação da carteira durante 2020 e 2021. O nível de incumprimento de rendas foi de apenas 3,3%.

O semestre encerrou com uma ocupação de 94,1% (igual ao período antes da Covid) e os incentivos dados aos clientes ascenderam a 27,8 milhões de euros, com o consequente impacto directo nas contas da Merlin. Após a reabertura, a afluência aos centros comerciais e as vendas dos inquilinos sofreram o impacto lógico devido à menor mobilidade de pessoas, especialmente nas áreas turísticas, com quedas no tráfego de 29% na primeira quinzena de Julho e quedas nas vendas de 18% durante o mês de Junho.

• Plano Flagship

Porto Pi em Maiorca e El Saler em Valência continuam a avançar nas suas reformas. Prevê-se que El Saler deverá terminar ainda este ano e Porto Pi durante o primeiro trimestre do próximo ano. Depois disso, será concluída a reforma de todos os centros comerciais do Plano Flasghip.

Logística

Evolução do negócio: O impulso das vendas online no contexto pós-Covid impulsiona o crescimento deste segmento de mercado. A Merlin alcança um sólido crescimento em rendas, tanto em termos comparáveis like-for-like (+ 2,9%) como nas renovações (+ 6,7%). A ocupação cresce até 96,8% (+38 pontos base em comparação com o primeiro trimestre). O nível de incumprimento de rendas foi de apenas 0,9% no segundo trimestre.

• Plano Best II & III

O grupo revela que foi um bom semestre em pré-comercialização de activos em desenvolvimento incluídos nos planos Best II & III. Em ZAL Port Barcelona foram entregues mais de 150.000 m2 à UPS, Damm e Caprabo, entre outros. Em ZAL Sevilha foram entregues duas naves à Carbó Callbatallé e Cuatrogasa. Além disso, foi assinada a ocupação da totalidade de Zaragoza-Plaza II (Best III) à DSV, um projeto chave na mão de 11.421m2, assim como 22.930m2 com a Damm em Madrid-San Fernando II. 

Quanto ao impacto futuro da COVID-19 no negócio, a Merlin Properties quantificou o impacto da pandemia no fluxo de caixa no exercício de 2020, por um máximo de cerca de € 60 milhões, indicando ao mercado que o lucro operacional do exercício será de 250 milhões de euros (ou 53 cêntimos por acção). "A Empresa planeia o resto do ano e 2021 com toda cautela e prudência, mas encara o curto e médio prazo com um balanço muito sólido. Apenas 12% dos contratos expiram em 2021 e a MERLIN também conta com 20 milhões de euros em receita adicional derivada de novos contratos assinados em Landmark e Best II & III, que entrarão em produção no próximo ano", refere em comunicado.