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Lisboa: frente ribeirinha ganha Doca da Marinha

21 de fevereiro de 2018

A zona entre o terminal de cruzeiros, recém-inaugurado, e o terminal fluvial do Terreiro do Paço, onde se situa a actual Doca da Marinha, vai converter-se numa zona de lazer e de passeio, que “acolherá um polo expositivo da marinha, tal como previsto no projecto de requalificação do Campo das Cebolas”. Fica assim assegurado a continuidade entre o Cais do Sodré, Ribeira das Naus, Praça do Comércio e agora a zona do Campo das Cebolas e a área consignada ao terminal de cruzeiros. 

O projecto torna-se possível após a assinatura hoje do protocolo de transferência da actual Doca da Marinha, para a cidade de Lisboa, com vista ao “enquadramento desta zona na requalificação do Campo das Cebolas, de modo a serem aí criadas áreas de lazer e de passeio”.

O protocolo teve como subscritores o presidente da autarquia da capital, Fernando Medina, a presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL), Lídia Sequeira, e o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante António Manuel Ribeiro em representação do Ministério da Defesa. O militar, na sua intervenção, sublinhou que "Este é um mais bem sucedido passo entre a marinha e o município, todos sentimos o dever de colaborar com este designo", disse.

Fernando Medina lembrou o trabalho que a autarquia tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos dez anos no empenho de devolver a zona ribeirinha aos lisboetas. "Este protocolo vai dar um passo decisivo que será a abertura da frente ribeirinha para a zona oriental da cidade. Estamos a falar de uma cidade radicalmente diferente daquela que tínhamos há 15 anos atrás" - disse.

O local vai ser intervencionado e deverá estar pronto ainda "este mandato", anunciou o presidente da Câmara de Lisboa.

Quanto aos pormenores da intervenção o autarca esclareceu: "o muro [da doca] vai desaparecer" e "toda aquela zona vai fica aberta, fronteira ao rio". Já a Avenida Infante D. Henrique terá um perfil novo, mas mantém a largura e a circulação automóvel.

Medina explicou que "vai ser dada sequência à plantação de árvores", e haverá também um "alargamento da circulação pedonal, porque vai entrar na zona que actualmente tem o muro".

"Vai haver uma avenida arborizada, pedonal, com ciclovia, que vai prolongar a ciclovia que já vem pela avenida marginal", acrescentou.

 

Doca vai acolher a Sagres e o Creoula

 

Quanto aos edifícios que se encontram actualmente naquele espaço, "todas as construções vão ser demolidas, tudo aquilo vai ser limpo, quer as que estão do lado nascente, quer as que estão do lado poente, e vai ficar toda uma zona ampla, larga, aberta ao rio".

"A grande transformação que se vai ver é que quem hoje passa ali vê o muro, e quem vê por trás do muro vê um parque de estacionamento, e o que vai ver [depois da intervenção] é rio", precisou o autarca.

O "sonho" do autarca é que aquela doca "possa ter um posto de acostagem regular, quer do [navio-escola] Sagres, quer do [navio de treino de mar] Creoula, permitindo a visita das pessoas a estes dois navios emblemáticos da Marinha Portuguesa".

 

Reabilitação da Estação Sul e Sueste vai arrancar em breve

 

"Vamos iniciar a fase de projecto e de estudos, mas é uma das obras que eu tenho empenho em que esteja concluída neste mandato", referiu o presidente da Câmara, que se escusou a adiantar valores de investimento, alegando que "ainda é cedo para dizer".

Ainda assim, Medina precisou que "será um investimento da Câmara", dado que o acordo refere que a "Marinha disponibilizou o espaço, transfere os equipamentos que aqui tinha de combate à poluição para a Doca de Santo Amaro, e a Câmara constrói o edifício que a Marinha necessitará nessa doca".

"Por isso nós teremos dois investimentos, a recuperação de toda esta zona, e a construção do edifício que a Marinha perde deste lado", elencou.

Falando aos jornalistas, Fernando Medina adiantou que a intervenção na antiga estação fluvial Sul e Sueste está "em fase de trabalho e arranque de obra", pelo que irá arrancar "em breve".

Em Setembro de 2016, na cerimónia de assinatura do protocolo para cedência do edifício, que dará lugar a um terminal de actividade marítimo-turística, o director-geral da Associação Turismo de Lisboa não quis apontar uma data para o início dos trabalhos, mas apontou que o objectivo era que a intervenção terminasse no final de 2017.

Questionado sobre a razão do atraso, o presidente da autarquia explicou hoje que ela se prende com questões técnicas que estão a ser analisadas com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, por forma a não por em risco a estrutura do Metropolitano.