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Investimento em imobiliário deverá atingir os 2.500 M€ em 2019

22 de janeiro de 2019

Apesar da previsão de algum abrandamento no mercado imobiliário para este ano, a CBRE estima que o volume de investimento deverá manter-se robusto em 2019 e avança que deverá fixar-se entre os 2.000 e 2.500 milhões de euros.

A consultora na apresentação do relatório "Tendências do Mercado Imobiliário” para o 2019, antecipou os principais factores que vão influenciar o desempenho do mercado português durante os próximos 12 meses.

Dificilmente o mercado irá atingir os valores de 2018, onde o investimento em imobiliário de rendimento atingiu em Portugal um volume recorde de 3.500 milhões de euros, evidenciando um acréscimo de 54% relativamente ao ano anterior. "Este crescimento reflecte o dinamismo do mercado nacional, impulsionado tanto pela entrada tardia de Portugal no ciclo de investimento pós-crise económico-financeira global, como pelas transacções de portefólios de escritórios, centros comerciais e o portefólio imobiliário da seguradora Fidelidade, maioritariamente residencial, composto por 277 activos", escreve a consultora.

Em 2019 vai continuar a existir uma elevada liquidez a nível global e a CBRE prevê que o volume de investimento se mantenha positivo apesar de se antecipar uma queda relativamente a 2018. Deste modo, a consultora estima que o volume de investimento em imobiliário de rendimento se fixe entre os 2.000 e 2.500 milhões de euros em 2019, podendo verificar-se o segundo ano de valor mais elevado de sempre e aproximadamente o dobro da média anual dos últimos 15 anos (de 1.100 milhões de euros). No entanto, será o quinto ano consecutivo em que tal acontece, mostrando indícios de uma evolução estrutural do mercado.

A CBRE prevê em 2019 um decréscimo de investimento em todos os sectores, com excepção dos hotéis onde se prevê um aumento. Com Portugal a desenvolver sucessivamente a sua reputação internacional como destino turístico de excelência, os investidores estão muito mais abertos à partilha do risco do negócio, na medida em que obtêm maiores rentabilidades. O investimento em promoção vai também manter-se robusto, com as aquisições de terrenos para construção de raiz a ganharem maior relevância face à aquisição de imóveis para reabilitação, sendo esperado em 2019 um acréscimo no volume total de transacções de imóveis para promoção. Em termos geográficos, a consultora antecipa que o Porto consolide o seu lugar no mercado de investimento, nomeadamente no sector de escritórios e residências de estudantes.

Também os denominados sectores alternativos que incluem os activos cujo valor resulta do seu potencial operacional, tais como residências de estudantes, residências seniores, habitação para arrendamento, assim como imóveis alocados aos sectores de saúde, educação e lazer, vão despertar ainda mais o interesse dos investidores.

O sector das residências de estudantes é actualmente o que desperta maior interesse, segundo o relatório e onde se deverá verificar um maior investimento em 2019, quer na promoção de raiz quer em unidades em funcionamento. Nos últimos dois anos, assistimos, em Portugal, a algumas parcerias neste sector, como a da Collegiate com a Temprano, e da Nido (Round Hill Capital) com a TPG.

Quanto à origem do capital, no ano passado observou-se uma redução tanto no número de transacções como no volume de investimento de origem nacional, o qual correspondeu a 9% do total investido (um número que contrasta com os 23% em 2017). Estes números ficam bastante longe dos registados em 2007 (57%), quando o mercado era maioritariamente dinamizado pelos fundos de investimento imobiliário, maioritariamente geridos por bancos. A recente aprovação do regime das SIGIs (Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária), equivalente ao dos REITs (Real Estate Investment Trusts) ou das espanholas Socimi (Sociedades Anónimas Cotizadas de Inversión Inmobiliaria) deve dar um novo impulso ao mercado doméstico, já que este instrumento de investimento se destina, particularmente, a pequenos investidores.

No que diz respeito às taxas de rentabilidade (yields), estas devem manter-se estáveis em 2019, na medida em que as taxas de juro só deverão começar a subir no final do ano e o mercado continua com uma elevada liquidez. Assim prevêem-se taxas de rentabilidade prime na ordem dos 4,5% em escritórios e comércio de rua, 4,75% em centros comerciais e 6,5% em logística.

“Estão reunidas todas as condições para que o dinamismo verificado em 2018 no mercado imobiliário em Portugal se mantenha durante este ano. As previsões apontam para um volume do nível de investimento robusto, embora abaixo do nível de 2018. Depois de anos sucessivos de elevado investimento, que culminou num valor recorde em 2018, verifica-se menos disponibilidade de activos para venda, o que vai sem qualquer dúvida influenciar o mercado. Em contraponto prevê-se um acréscimo no investimento em activos para promoção, terrenos e imóveis para reabilitação", revela Cristina Arouca, Directora de Research da CBRE Portugal.