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Internacional

 

 

 

Hotelaria: cidades europeias emergentes são oportunidade de investimento

20 de maio de 2019

Dublin, Lisboa, Madrid e alguns mercados da Europa Oriental, parecem cada vez mais atractivas para investidores dispostos a aumentar a curva de risco. Compradores internacionais impulsionam a maioria do investimento em hotéis nas cidades europeias.

De acordo com o mais recente relatório da Savills sobre as tendências dos hotéis na Europa, cidades turísticas emergentes como Dublin, Lisboa e Madrid, e estruturas operacionais alternativas, como estruturas operacionais não arrendadas, oferecem oportunidades de maior rendimento para investidores dispostos a assumir mais riscos.

“No ano 2018, Portugal recebeu mais de 21 milhões de turistas nacionais e internacionais com os proveitos a contabilizarem cerca de 3,6 mil milhões de euros (+6%). A cidade de  Lisboa continua a marcar pontos e a arrecadar diversos prémios internacionalmente reconhecidos. No final do ano 2018, foi eleita pela World Travel Awards a Melhor Cidade Destino do Mundo e Melhor Destino de City Break” - refere Alexandra Gomes, Senior Analyst do departamento de Research da Savills Portugal.

Segundo aquela especialistas, a aposta de investimento no sector reflete-se não só ao nível da abertura de novos hotéis, como também numa aposta crescente na requalificação e modernização das unidades hoteleiras existentes, com o objetivo de continuar a elevar a qualidade da oferta turística e criar novos conceitos diferenciadores.

“No sector de investimento, no ano 2018 foi registada a venda dos hotéis Intercontinental Palácio das Cardosas, e do Penha Longa Hotel & Golf Resort num total de 155 milhões de euros, que vieram estabelecer um novo recorde histórico de valor por quarto superior a 500.000€, confirmando o elevado grau de atractividade do mercado português hoteleiro e o seu potencial de crescimento” - refere Alexandra Gomes

 

Solução de rendimento atractiva...

Richard Dawes, director de Hotels Agency da Savills argumenta que as mais recentes da consultora “mostram que o mercado hoteleiro europeu é hoje uma classe de activos muito mais madura e líquida do que há uma década, com um dos maiores grupos de compradores do sector imobiliário. À medida que as yields continuam a comprimir em muitos dos principais mercados como Paris, Amesterdão, Londres e as grandes cidades alemãs, aqueles que estão dispostos a subir a curva de risco em cidades turísticas emergentes e estruturas operacionais não arrendadas estão a verificar uma solução de rendimento atractiva.”

 

Europa: volume de transacções em alta

O volume de transacções de hotéis na Europa permaneceu alto em 2018, superando os de 2017, de acordo com a consultora. Os investidores internacionais representaram a maior parte das transacções, respondendo por 65,4% do volume total em 2018, superando a média de 54,9% dos últimos 10 anos.

O aumento global dos gastos em ferias e o crescimento de viagens internacionais explicam este bom momento do sector da hoatelaria na Europa e, particular, nas cidades emergentes.

As chegadas de turistas em todo o mundo atingiram os 1,4 mil milhões em 2018, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT). As chegadas à Europa foram responsáveis por mais de metade desse número, totalizando 713 milhões, aumentando 6% em relação ao ano anterior – e consolidando a posição da Europa como líder global em termos de viagens de entrada e aumentando as exigências de hospedagem.

 

Europa: cidades ‘estabelecidas’ e cidades ‘emergentes’

De acordo com a Savills, enquanto cidades turísticas bem estabelecidas como Londres e Paris respondem por uma parcela considerável das chegadas internacionais, são as cidades emergentes mais pequenas que registam o maior crescimento. Casos de Lisboa, Bucareste, Budapeste e Praga que registaram um forte crescimento nas chegadas de aeroportos nos últimos três anos, aliado ao aumento dos níveis de interesse, conforme indicado pelas pesquisas do Google relacionadas com viagens. Isso tem sido amplamente reflectido no desempenho operacional, embora o forte desempenho operacional em 2017 e o subsequente crescimento de stock em alguns mercados tenha gerado alguns ventos desfavoráveis ao desempenho do RevPAR em 2018.

Mercados turísticos maiores como Madrid e Amesterdão, que figuram nos 20 maiores mercados em crescimento, também beneficiaram de níveis de interesse contínuos e melhor conectividade. Para os investidores, esse crescimento e os rendimentos mais altos em relação a cidades mais maduras, poderá ser atractivo no que diz respeito a oportunidades de maior rendimento.