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Internacional

 

FMI alerta para "sincronização dos preços da habitação"

10 de abril de 2018

O FMI diz que há elevada sincronização nos preços da habitação a nível global, numa análise a 40 países, incluindo Portugal, considerando que isso poderá facilitar a propagação a nível local de eventuais crises económicas e financeiras externas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou hoje o relatório de estabilidade financeira, que tem um capítulo sobre o aumento dos preços das casas após a crise, fazendo uma análise aos preços da habitação em 40 países (incluindo Portugal) e 44 cidades (incluindo Lisboa) e no qual considera que os preços têm aumentado a nível global acompanhando a recuperação económica.

Apesar de a variação nos preços da habitação ainda depender na maior parte de factores locais, como regulamentações do uso da terra, política tributária e demografia, a instituição liderada por Christine Lagarde diz que, “durante as últimas três décadas, os preços das casas tornaram-se cada vez mais sincronizados entre os países, especialmente entre as grandes cidades”.

A entidade considera que tal é resultado de “condições financeiras globais” que influenciam os preços das casas a nível local, sobretudo nos países desenvolvidos e nas suas maiores cidades, sobretudo quando há cada vez mais investidores globais nos mercados imobiliários.

O FMI fala mesmo em “financeirização” da habitação, ou seja, a habitação ser usada como activo financeiro, e alerta para o risco, devido a esta integração financeira global, de choques nuns mercados afectarem outros mercados, considerando a “elevada sincronização dos preços da habitação um risco para a actividade económica real”.

O Fundo Monetário Internacional refere, assim, que deverão ser equacionadas medidas para dominar os excessos dos mercados de habitação, nomeadamente medidas para reduzir a sincronização dos preços da habitação.

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, considerou esta segunda-feira que o risco de uma bolha no imobiliário deverá levar a que sejam tomadas medidas, segundo o 'site' do jornal Eco.

 

Lusa/DI