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Feridas da última crise não estão completamente saradas

22 de abril de 2019

Foi um dos poucos promotores que sempre se manteve ativo mesmo nos momentos mais difíceis do mercado imobiliário. Atuando sobretudo a Norte do país, a Civilria nunca deixou de apostar na construção nova. Em Aveiro, no Porto e também agora em Lisboa.

Tem no seu portfólio alguns dos empreendimentos de maior qualidade do País, entre o Antas Premiére, mesmo ao lado do Estádio do Dragão, no Porto, o Lake I e II e o Mirador em Aveiro, o UNO al Mar, em Vila Nova de Gaia e muito outros que primam pela arquitetura moderna. Neste momento, tem pela frente um dos maiores projectos na Invicta, o ICON Offices e o ICON Apartments, num investimento de 60 milhões de euros.  Localizado na Boavista, na cidade do Porto, o empreendimento é constituído por três edifícios, dois deles destinados a escritórios e um terceiro para serviced apartments. Os dois edifícios destinados a escritórios apresentam no total uma área de cerca de 24 mil m2. Um dos edifícios de escritórios será a futura sede no Porto da Ageas Seguros, um acordo assinado entre a Civilria e a seguradora do grupo Ageas.

Artur Varum, presidente Civilria, é um investidor que apostou sempre na construção nova e acredita que este percurso de sucesso se deve a um conjunto de factores. “Em primeiro destacava o produto Civilria, que considero diferenciado, o que nos permitiu continuar a vender sem redução de preços. Depois a capacidade de resiliência e criatividade dos colaboradores da Civilria em encontrarem as melhores soluções para o cliente, de forma a não perdermos vendas. E, ainda, a estrutura de capitais bastante sólida que nos permitiu ultrapassar a que foi considerada uma das maiores crises de sempre. Só em 2013 não tivemos resultados positivos em toda a história de 28 anos de Civilria”, explica.

A queda de empresas ‘intocáveis’

As diferenças entre antes e depois da crise são profundas. “Passámos de um mercado que era desenvolvido principalmente por promotores nacionais sem grandes necessidades de gestão, para um mercado onde predominam os grandes fundos internacionais e restam poucas empresas de cariz familiar e 100% nacionais, como a nossa. Durante a crise foi doloroso ver cair as empresas que desde sempre considerávamos ‘intocáveis’”, lembra.

Neste momento, a Civilria tem em desenvolvimento vários projetos, além do ICON Offices e o ICON Apartments. Em Lisboa estão prestes  a concluir o POP Saldanha e o início dos trabalhos de um novo empreendimento, na mesma rua, o João Crisóstomo, 14.

Em Gaia/Canidelo estão em conclusão do edifício 3 e início do edifício 4, do empreendimento Uno al Mar. Localizado na primeira linha de mar vai custar 10 milhões de euro.

Em Aveiro, junto à Estação de Comboios e do novo Continente Bom Dia, numa nova zona da cidade, têm o empreendimento Blanc, com uma localização privilegiada e uma arquitectura simples e minimalista. No empreendimento Blanc  concluiram o edifício dois, estandos em obra os edifícios 5 e 6 e a desenvolver o projeto dos edifícios 3 e 4.

No empreendimento DOCA, na praia da Barra, concelho de Ílhavo, estamos com dois edifícios em execução. O lote dois está em conclusão é o três está em obra. É constituído por um total de nove edifícios. Uma lista de projetos que coloca a empresa como uma das maiores em Portugal.

Entraves à promoção ainda persistem

Apesar da dinâmica atual do mercado, Artur Varum revela que existem ainda alguns entraves no desenvolvimento dos projetos, especialmente nos licenciamentos. “A morosidade na aprovação dos projectos é o aspecto que acarreta mais dificuldades na concretização dos investimentos”.

Quanto ao futuro do sector, o responsável admite que temos um mercado limitado pela sua reduzida dimensão e “as feridas da última crise ainda não estão completamente saradas, principalmente na banca. Assistimos à chegada diária de grandes volumes de capital ao sector, destinados a empreendimentos de grande dimensão, que se destinam basicamente às mesmas pessoas que cá estavam  no período da crise”, conclui.

*Texto publicado na edição em papel  do Diário Imobiliário no Jornal Económico. Escrito com o novo Acordo Ortográfico