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Exposição comemora 50º aniversário do edifício da Biblioteca Nacional

25 de abril de 2019

A Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, inaugura, na terça-feira, uma exposição que mostra os processos arquitectónicos por detrás da mudança do edifício da biblioteca do Convento de São Francisco para o Campo Grande, onde faz 50 anos.

A exposição "Do Convento ao Campo Grande" é comissariada pelos arquitectos João Pardal Monteiro e João Paulo Martins, e pretende assinalar a mudança da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) do Convento de S. Francisco para o novo edifício do Campo Grande, em 1969, reconstituindo o contraste de ambientes através de peças originais, algumas mostradas ao público pela primeira vez, anunciou hoje a BNP.

A exposição vai incidir principalmente nos processos de arquitectura de interiores e mobiliário, através de desenhos de projecto, fotografias, relatos do então director da Biblioteca documentando os trabalhos, entre outros materiais.

Através desta mostra, pretende-se dar a conhecer ao público como foram pensados e construídos os interiores e equipamentos do novo edifício da biblioteca.

“Cada função, cada utilizador, cada ocasião – sala a sala, móvel a móvel – denotam a preocupação de criar condições adequadas para o trabalho, de materializar um sentido de rigor e de ordem”, explicam os comissários.

Os responsáveis pela organização da mostra sublinham mesmo que, enquanto investigadores, foram surpreendidos pelas peças que encontraram e pelo cuidado que estas evidenciam “na conciliação do rigor, funcionalidade e estética”.

Inicialmente instalada no Terreiro do Paço, mas sem condições para receber as livrarias dos conventos extintos em 1834, a biblioteca foi transferida, três anos depois, para o antigo Convento de São Francisco, no Chiado.

No entanto, a desadequação destas instalações cedo deu lugar à exigência de um novo edifício, manifestada por sucessivas direcções da biblioteca, desde meados do século XIX.

Esta medida só viria a ser concretizada a partir dos anos 1950, designadamente em 1952, sob a direcção de Manuel Santos Estevens (1913-2001), quando se deu início ao processo, que foi documentado ao pormenor pelo director da altura.

Para o projecto de arquitectura foi contratado o arquitecto Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957), cujo trabalho foi continuado por António Pardal Monteiro (1928-2011), envolvendo uma equipa multidisciplinar de jovens projectistas para as infraestruturas técnicas, paisagismo, interiores e mobiliário.

O arquitecto José Luís Amorim (1924-1999) ficou encarregado do projecto dos depósitos e das salas de trabalho dos serviços e o designer Daciano da Costa (1930-2005) encarregou-se da arquitectura de interiores e mobiliário das salas da direcção e dos principais espaços de público (catálogo, leitura geral, restaurante, auditório).

O desenho de algumas peças complementares ficou a cargo do arquitecto Manuel João Leal (1925-2017), tendo o mobiliário sido construído por empresas como a Olaio, Altamira e Fábrica Osório de Castro.

Em 50 anos de vida, o esforço para ir adaptando o edifício à evolução dos tempos tem sido incessante, refere a biblioteca, especificando que a primeira grande obra de remodelação, o prolongamento da Torre de Depósitos e a construção de uma casa-forte, concretizou-se entre 2008 e 2012.

A exposição resulta de uma parceria entre a BNP e o Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa.

A mostra "Do Convento ao Campo Grande" vai estar patente até 4 de Outubro, podendo ser visitada gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 09:30 às 19:30, e ao sábado, das 09:30 às 17:30.

Lusa/DI