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Empresas voltam a procurar e a ocupar grandes áreas de escritórios

24 de julho de 2019

Entre 2015 e 2017 o peso das colocações das empresas em espaços acima de 2.000 m² representava, em média, pouco mais de 10%, com excepção para o primeiro semestre do ano 2016, em que não se registaram colocações acima dessa área, o valor disparou para os 36% em 2018 e está actualmente em 63%. Saliente-se também a tendência da entrada de empresas internacionais nestas colocações.

De acordo com o departamento de research da Worx, nos primeiros seis meses, o mercado de escritórios registou um take-up total cerca de 110 000 m2 colocados continuando, assim, a trajectória crescente registada nos períodos anteriores.

Este take-up representa um aumento de cerca de 27% face ao período homólogo de 2018. De um total de quase 100 operações registadas neste primeiro semestre, 13 têm uma área superior a 2.000 m². Analisando a evolução do take-up, dos períodos homólogos, desde o ano 2015 até à data de hoje, verifica-se que o peso do número de colocações com área superior a 2.000 m² tem vindo a aumentar, e tem apresentado um comportamento linear com um declive médio próximo dos 45º.

A Worx indica ainda que a taxa de disponibilidade do Mercado de Escritórios de Lisboa continua com valores baixos devido à escassa oferta e à crescente procura. No final do 1º semestre de 2019, a trajetória descendente que o mercado, de forma transversal, tem vindo a verificar, colocou a taxa de disponibilidade nos 5,23%, com a zona do Parque das Nações a atingir o valor de 1,41% e a zona histórica com apenas 0,35%. 

O “pipeline” de edifícios em construção, e ou em início, projetam para 2022/3, cerca de 300.000 m² de nova área de escritórios no mercado.  

Para além destes projectos, nota-se que a reconversão de vários edifícios de escritórios, para habitação estão a serem repensados, o rácio custos de reabilitação para habitação versus o valor de venda prevêem-se que baixem, tornando mais atractivo a reabilitação do edifício para a mesma utilização, quer pelos custos de reabilitação serem menores, quer pela actual falta de espaços.

A acompanhar a crescente procura no mercado de escritórios, também os valores de renda prime têm mantido a sua trajectória de subida. A zona prime CBD fechou o semestre nos 22 euros/m2 verificam-se o aumento de 1 euro/m2 comparativamente ao valor médio final de 2018.

Na antevisão das novas áreas em “pipeline” e das reabilitações atrás mencionadas, prevê-se que em 2022/3 os valores das rendas prime se reajustarão e previsivelmente poderão situar-se pelos 18 euros/m². Ou seja a partir dessa altura, com excesso de oferta, a balança pesará em favor do inquilino.

Pedro Salema Garção, Head of Agency da WORX, comenta que “num momento em que a procura do Mercado de Escritórios de Lisboa promete continuar ativa e a um ritmo constante, o obstáculo que se coloca é a actual capacidade da oferta responder em tempo útil. Continuam a existir áreas disponíveis muito limitadas por ocupar. Este cenário traduzir-se-á na oportunidade para escoar os espaços ainda vazios e na promoção de projectos com contratos de pré-arrendamento, que deverão manter-se como uma grande tendência. As zonas do Parque das Nações e Ribeirinha continuarão a ser muito atractivas para empresas que fogem ao formato de escritórios tradicional do CBD, ainda que tenham a vacancy rate mais baixa da cidade. Desta forma, as condições negociais e as renegociações continuam a ser uma vantagem para o lado do proprietário”.