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Escritórios

 

Compra de escritórios volta a atrair investidores

26 de junho de 2017

Apesar do mercado de escritórios de Lisboa ser dominado quase a 90% pelo regime de arrendamento, a opção de compra começa a aumentar.

Segundo Pedro Salema Garção, Head of Agency da consultora WORX, apesar dos volumes de Área Bruta Locável (ABL) arrendada e ABL comprada directamente pelo ocupante final não serem de todo comparáveis, "facilmente conseguimos observar que no período pré-crise (anos 2008-2009), a opção de compra assumia mais peso nas decisões de ocupação das empresas".

E os números provam isso. De acordo com os dados do departamento de Research, no ano de 2008, foram registadas 28 operações de venda e em 2014, apenas uma. O responsável garante que este comportamento foi motivado pelo cenário que se viveu no culminar da crise económica, em que assistimos a uma queda acentuada no sector imobiliário, com o ano 2013 (77.000 m2) a registar o pior ano de sempre em termos de take-up.

"Vemos que o período que se seguiu de recuperação económica, muito frágil e dominada por incertezas, desencadeou uma maior dificuldade de acesso ao crédito bancário, um clima de incerteza face à instabilidade política nacional e europeia, contribuindo em larga medida para a escassez de operações de venda no mercado. Ainda as políticas orçamentais em vigor de combate ao deficit, assim como o sentimento de 0% tolerância ao risco ao mesmo, acompanhado de uma pressão no valor de rendas no mercado de arrendamento, motivaram a procura a centrar-se em exclusivo, neste tipo de opção", esclarece.

Pedro Salema Garção adianta ainda que em 2016, começou-se a assistir a sinais positivos de recuperação económica, e a uma maior disponibilidade financeira e liquidez das empresas.  

"Seguindo esta linha de progressiva recuperação económica, no 1º trimestre de 2017, o mercado de venda começa a dar sinais muito encorajadores de viragem. Só nos primeiros 3 meses do ano, foram vendidos para ocupação própria cinco espaços de escritórios. O aumento generalizado da confiança das empresas e a maior disponibilidade financeira podem constituir motores para um reavivar do mercado de venda, deixando antever uma oportunidade de desenvolvimento de projetos criados para o efeito. A falta de oferta de qualidade para venda, poderá abrir caminho para esta tendência de mercado. Não obstante, é preciso ter em mente que o mercado de arrendamento continuará a reunir a preferência dos ocupantes, muito sustentada, pela flexibilidade que esta opção oferece", admite.