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De Vila Real de Santo António a Mértola pelo Guadiana

15 de julho de 2019

O Guadiana vai tornar-se navegável entre a sua foz, em Vila Real de Santo António, e Mértola, a vila histórica raiana no distrito de Beja. O projecto envolve um investimento que ascende a seis milhões de euros e deverá estar concluído em 2021.

"É um dos investimentos mais emblemáticos do Ministério do Mar", porque "promove a navegabilidade do Guadiana" e, simultaneamente, "o desenvolvimento de toda a zona abrangida", afirmou Ana Paula Vitorino, ministra do Mar ao divulgar o projecto.

A ministra falava aos jornalistas após a cerimónia de assinatura do contrato da empreitada de desassoreamento e assinalamento marítimo para permitir a navegabilidade do troço internacional do rio Guadiana entre Alcoutim, no distrito de Faro, e o Pomarão.

Ana Paula Vitorino lembrou que, no âmbito do projecto, a cargo da Direcção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), já foram executadas duas fases, que permitiram tornar navegáveis duas zonas internacionais do Guadiana, a área entre a entrada da barra de Vila Real de Santo António e a ponte internacional e o troço entre Vila Real de Santo António e Alcoutim, no Algarve.

O próximo passo será garantia a navegabilidade do troço exclusivamente português entre o Pomarão e a vila de Mértola.

Segundo a ministra, o troço entre Pomarão e Mértola "é mais complexo" do que os anteriores dos pontos de vista geológico e ambiental, por estar "inserido numa zona protegida do Guadiana" e, por isso, a preparação da empreitada "vai demorar um bocadinho mais".

"Esperemos que corra bem" e, assim que houver a declaração de impacte ambiental, "naturalmente que a DGRM lançará o concurso público para realização da empreitada" no troço entre Pomarão e Mértola, afirmou Ana Paula Vitorino, referindo que se prevê que todo o projecto "esteja concluído até ao final de 2021".

Através do projecto, "estamos a fazer um investimento total de cerca de seis milhões de euros", que, além das empreitadas de desassoreamento para garantir a navegabilidade dos troços, inclui trabalhos de recuperação de pontos de contacto e pequenos acessos ao rio entre Vila Real de Santo António e Mértola, num investimento de 2,5 milhões de euros, precisou a ministra. A distância navegável entre a cidade algarvia e Mértola rondará os cerca de 60 quilómetros.

O objectivo da recuperação de pontos de contacto e acessos é "permitir um melhor acesso ao rio, mas também um acesso mais digno, mais simpático e mais atractivo para as populações", explicou.

"O que pretendemos, de facto, é criar condições para que o turismo se possa desenvolver" na zona do rio abrangida pelo projecto, frisou, sublinhando que há "todos os condimentos para que se possa desenvolver o turismo, mantendo com qualidade as actividades que já existem, nomeadamente a pesca",

Segundo a governante, nos concelhos de Mértola e Alcoutim, há "condições fantásticas de desenvolvimento de rotas turísticas", nomeadamente "uma belíssima gastronomia, apontamentos históricos e culturais de significativo valor, principalmente em Mértola, e paisagens fantásticas".

"Estamos a trazer o mar até Mértola [no interior alentejano] e levar Mértola até ao mar com todas as potencialidades que existem. Portanto, é, de facto, um projecto de inclusão, de desenvolvimento do interior e fantástico para estas pessoas que aqui vivem e para aqueles que a vão passar a conhecer", rematou a ministra.

DI com Lusa