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Comércio de rua da cidade do Porto com forte crescimento

10 de novembro de 2017

O Porto é cada vez mais procurado enquanto destino turístico, tendo sido o principal responsável pelo aumento de 70% no número de turistas na zona Norte nos últimos 10 anos. Também as alterações ao nível da legislação, particularmente a revisão da lei do arrendamento e aumento dos incentivos à reabilitação urbana, assim como a intervenção camarária em muitos eixos no centro histórico, têm contribuído para este crescimento.

De acordo com o último comunicado da consultora Cushman & Wakefield, a própria dinâmica do sector de retalho tem vindo a adaptar-se a um consumidor cada vez mais informado e exigente e com maior apetência para o comércio de conveniência.

Como resultado, na última década as zonas históricas de comércio de rua no Porto, nomeadamente Baixa (Ruas de Santa Catarina e de Sá da Bandeira) e Clérigos, registaram um aumento do stock em 80 novas lojas. A oferta diversificou-se, com as cadeias nacionais e internacionais a praticamente triplicarem o número de lojas, e os retalhistas tradicionais a modernizar-se e inclusive a implementar novos conceitos de retalho, particularmente no sector da restauração. No total, este último passou a representar 21% do stock nestas zonas, sendo que o maior crescimento se registou no lazer & cultura, o qual agrega actualmente 12% do número de lojas.

Como resultado natural, os eixos de comércio no centro histórico têm-se expandido, beneficiando das sinergias criadas pela proximidade entre si e especializando-se em termos de tipo de oferta. Subindo da zona da Ribeira até ao Largo de São Domingos, nos quais existe uma oferta maioritária de restauração, passa-se pela Rua Mouzinho da Silveira ou pela pedonal Rua das Flores. Encontra-se o também renovado Largo dos Loios e a Avenida dos Aliados, ainda com uma oferta reduzida mas elevado potencial. Esta representará a confluência entre a zona trendy dos Clérigos, onde se encontra o Passeio dos Clérigos, e a zona mass market da Baixa, a qual irá beneficiar dos projectos do Mercado do Bolhão e do Bonjardim City Block. 

A reflectir este aumento da atractividade do comércio de rua está a análise da amostra da procura deste formato de retalho na cidade do Porto, o qual registou até ao terceiro trimestre um crescimento homólogo de 40% em termos de número de aberturas. Entre estas, a esmagadora maioria (82%) corresponde a unidades de restauração.

Também os valores de mercado do comércio de rua espelham este incremento nos últimos 10 anos, com a renda prime em Santa Catarina a subir 15% para os 57,5 euros/m²/mês e a yield prime a comprimir 75 pontos base para os 6%, o que reflecte uma valorização das lojas nas melhores localizações em 30%, para os 11.500 euros/m2.