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BEI financia um dos maiores projectos energéticos de Portugal

23 de julho de 2018

O Banco Europeu de Investimento (BEI) financia as três novas barragens e centrais hidroelétricas da Iberdrola nos rios Tâmega e Torno com 650 milhões de euros num investimento total de cerca de 1.5 mil milhões de euros.

O banco da União Europeia (UE) encontra-se a financiar uma das iniciativas mais importantes do sector energético na história portuguesa, para apoiar o importante projecto hidroelétrico, que aumentará a capacidade de armazenamento de energia na UE, fornecerá serviços aos operadores ibéricos e, em última instância, facilitará o aumento da participação renovável na matriz energética portuguesa. Este investimento reduzirá a dependência do mercado ibérico em energia fóssil, bem como das emissões de CO2.

As novas infraestruturas da Iberdrola terão uma capacidade total de 1.158 MW e entrarão em funcionamento em 2023. Para avançar com a execução do projecto, a entidade e a empresa energética assinaram, hoje, um empréstimo de 500 milhões de euros, a primeira parcela do fundo total de 650 milhões de euros aprovada para financiar este projecto.

Os mercados de electricidade português e espanhol beneficiarão das novas infraestruturas. Ao aumentar a capacidade de geração e armazenamento, as novas centrais eléctricas providenciarão mais flexibilidade e segurança no fornecimento de energia no mercado ibérico de electricidade.

As barragens (Alto Tâmega, Daivões e Gouvães) situam-se na bacia do rio Douro e deverão fornecer, em média, 1.760 GWh por ano ao mercado ibérico. O projecto criará empregos directos e indirectos e contribuirá para a coesão económica, social e territorial da UE. A fase de construção implica a contratação de cerca de 13.500 pessoas, incluindo empregos directos e indirectos nos períodos de pico de trabalho. Além disso, na fase de operação, centenas de empregos serão gerados.

O projecto faz parte do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH). A promotora, Iberdrola, ganhou a concessão do projecto para planear, construir e explorar as centrais seguindo um processo competitivo de licitação.

Emma Navarro, vice-presidente do BEI, destacou hoje, em Madrid, durante a celebração do acordo que é muito importante o impacto positivo deste projecto para fomentar o desenvolvimento de energia limpa e a sua contribuição para o crescimento económico e a criação de emprego em Portugal. Este acordo representa um novo passo para a implementação da política energética da UE e dos objetivos de ação climática. Este financiamento do BEI apoiará o aumento da produção de energias renováveis no quadro energético português e contribuirá para um abastecimento de energia sustentável e seguro. O BEI, que está pronto a intervir para financiar projetos sólidos que cumpram com os nossos critérios e que respondam às políticas energéticas da UE, está particularmente empenhado em financiar projetos de energia limpa em toda a União”.

Também Ignacio Galán, presidente e conselheiro delegado da Iberdrola, salientou que este acordo de financiamento é mais um passo na nossa colaboração com o BEI e marca um novo marco num dos maiores projectos energéticos da história de Portugal. O desenvolvimento do Sistema Eletroprodutor do Tâmega envolve três dos principais pilares estratégicos da Iberdrola: incrementar o potencial de geração limpa, desenvolvimento da nova capacidade de bombagem - sendo este sistema a única tecnologia que nos permite armazenar eficientemente grandes quantidades de energia – e, em terceiro lugar, o financiamento sustentável. 23% do nosso financiamento tem já um formato verde, o que demonstra o nosso compromisso para com o desenvolvimento sustentável”.

De referir que sendo o maior fornecedor multilateral de financiamento para a luta contra as mudanças climáticas em todo o mundo e o maior emissor de títulos verdes, o BEI compromete pelo menos 25% dos seus investimentos para a mitigação e adaptação às alterações climáticas, apoiando um crescimento baixo em carbono e com capacidade de resiliência climática. Em 2017, o Banco Europeu de Investimento ultrapassou a meta de acção climática pelo oitavo ano consecutivo, fornecendo 19,4 mil milhões de euros para combater a alteração climática.